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Ética faz bem à saúde

É possível fomentar uma cultura negocial saudável nas organizações e incentivar o abandono de qualquer prática empresarial condenável

Por Daniele Pimenta de Mello Bittencourt Lopes*
Atualizado em 5 dez 2020, 19h14 - Publicado em 4 Maio 2016, 09h00
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  • A busca por uma atuação transparente e responsável tornou-se imperativa nas corporações no mundo todo. Para ser líder em um mercado competitivo, é preciso, acima de tudo, prezar pela ética. E como não poderia ser diferente, essa busca também é uma tendência na América Latina. Não à toa vemos países como o Brasil, Chile, Colômbia e México publicarem leis anticorrupção a fim de impor sanções aos esquemas de corrupção que envolvem instituições públicas e privadas, bem como seus representantes. 

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    E o que episódios como os da La Linea Scandal, na Guatemala, da SAP International Inc., no Panamá, do Caso Carrusel, na Colômbia, e a Operação Lava-Jato, no Brasil, e tantos outros que não param de surgir nos levam a concluir? Que a América Latina tem uma cultura de corrupção inegável? Não. Definitivamente não tem. Corrupção não é uma questão de cultura, mas, como muito bem definiu Cláudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, citado por Roberto Livianu em seu livro sobre o tema, “a consideração predominante (sobre a corrupção) é econômica e não moral” (in Livianu, Roberto. Corrupção. Ed. Quatier Latin. 2014. pág. 11). 

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    A meu ver, a corrupção floresce onde reina a certeza da impunidade e as instituições estão enfraquecidas. Isso significa que o conjunto formado pelas “oportunidades” e a crença no baixo risco de punição é que compõe o cenário propício e incentivador para as más práticas. E foi, exatamente, essa a aposta daqueles envolvidos nos casos aqui citados e em tantos outros de que temos notícia. 

    E, nesse cenário, somente uma área de compliance independente, bem estruturada, capitaneada por profissionais atuantes, experientes e com excelente formação é capaz de mitigar o risco de exposição das empresas e executivos que fazem negócios em ambientes mais tolerantes com a corrupção. Isso porque somente por meio de um programa de compliance ágil e eficaz, criado para prevenir, detectar e reagir com o necessário rigor às práticas em desacordo com os valores éticos da organização para a qual foi criado, voltado à conscientização constante dos seus colaboradores, parceiros e fornecedores é possível fomentar uma cultura negocial saudável nas organizações e incentivar o abandono de toda e qualquer prática empresarial condenável. Programas de conformidade globais são padronizados. Mas a maneira como eles são implementados em cada país, em cada região, deve levar em consideração a cultura local, a fim de compreender como desconstruir valores regionais que são usados para tolerar práticas eticamente equivocadas e incutir conceitos totalmente novos, disseminando uma cultura mais saudável, em linha com os valores éticos globais. O que o que não é aceitável na Europa ou na América do Norte, também, não é tolerável na América Latina, na África ou na Ásia. Não é possível ter critérios diferentes para lidar com as mesmas questões em diferentes países. Em matéria de compliance, coerência é fundamental para a credibilidade do programa. Afinal, princípios são princípios, e não é possível flexibilizá-los para justificar a aceitação do inaceitável, usando como desculpa as práticas equivocadas de mercado de um ou outro país. 

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    Quando se conduz os negócios com integridade o resultado é muito simples: colaboradores orgulhosos da empresa em que trabalham e, por óbvio, mais motivados, imagem corporativa reforçada, gerando a valorização da marca, clientes fidelizados e um mercado de atuação mais saudável. A opção pela conformidade não é só a evidência do compromisso empresarial de fazer o que é certo, mas é, sobretudo, um investimento de longo prazo na solidez da imagem e da reputação de uma empresa. 

    * Este artigo é de autoria de Daniele Pimenta de Mello Bittencourt Lopes (Compliance Officer e Diretora Jurídica e de Compliance da B. Braun) e não representa necessariamente a opinião da revista.

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