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Vicky Bloch: adeus ao chefe à moda antiga

Processos são gerenciados por pessoas, e estas precisam de um significado para o seu trabalho para conseguirem entregar os resultados esperados

Por Vicky Bloch
Atualizado em 3 jan 2022, 19h45 - Publicado em 20 dez 2021, 07h00

Este texto faz parte da edição 77 (dezembro/janeiro) de VOCÊ RH

V

ez ou outra revisito artigos que escrevi no passado e me impressiona como muitos temas se mantêm atuais. Se trocasse algumas poucas palavras e datas, poderia replicar diversos textos em qualquer publicação de hoje. Em 2009, por exemplo, fiz um artigo refletindo sobre o modelo de liderança nas organizações naquele período, mais especificamente sobre os aprendizados que tivemos a partir da crise internacional estourada no ano anterior devido à bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Quando troco o termo “crise internacional” por “pandemia”, muita coisa se encaixa perfeitamente. Naquele artigo, eu já dizia que a maior vantagem que uma companhia pode construir em relação aos seus concorrentes (durante ou após a crise) não está nos programas de redução de custos, no aumento de produtividade e eficiência, na busca por novas oportunidades de mercado, na retenção de talentos, no desenvolvimento de competências adicionais, nas reformulações de produtos ou nos serviços e promoções de marketing.

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Todas essas medidas são fundamentais para a sobrevivência do negócio, é claro, principalmente em um cenário de volatilidade econômica. Mas, como sabemos, processos são gerenciados por pessoas, e estas precisam de um significado para o seu trabalho para conseguirem entregar os resultados esperados.

Já naquele tempo deixava claro que o que estava chamando de significado ia bem além da questão financeira ou do mero cumprimento mecânico de uma atividade para a qual apresentamos uma habilidade incomum. O que todos buscamos, no fim das contas, é a realização individual, ou seja, nos sentirmos íntegros, inteiros, alinhados às nossas próprias expectativas e visão de vida.

Mas será que podemos falar em realização individual no momento em que milhões de pessoas estão sem emprego, centenas de milhares perderam entes queridos e outros milhões se sentem pressionados a aguentar suas dores até onde for possível em nome de suas famílias ou de outros compromissos? A resposta continua sendo sim, mil vezes sim. Desde sempre, o ser humano é movido por causas. Nesse contexto, o líder deve ser capaz de inspirar as pessoas a confiar em si mesmas. Assim como escrevi em outro artigo em 2018, precisamos de líderes que deem autonomia para que seus liderados se apropriem dos problemas e sejam capazes de buscar suas próprias soluções.

Aquele papo de líder versus chefe, este, sim, não cabe mais atualmente. Se existem ainda dentro de sua organização profissionais com este último perfil, só me resta perguntar: “O que eles estão fazendo aí?”. Não é possível que ainda existam modelos de liderança que focam os resultados em detrimento das pessoas.

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Os líderes admirados e valorizados são aqueles que demonstram interesse genuíno pelas pessoas em todos os níveis e permitem que seus colaboradores trabalhem motivados e guiados por suas causas.

Lembrando aqui o que escrevi no meu artigo em 2009, o chefe obcecado por ser a maior estrela do seu universo empresarial ofusca quem está em volta. Já o líder diferenciado ajuda as pessoas a encontrar seu próprio brilho, e todas elas vão lhe fornecer luz. A única observação que eu acrescentaria hoje é que aquele chefe à moda antiga, felizmente, está prestes a morrer.

P.S. Encerro nesta edição minha participação como colunista de VOCÊ RH, abrindo espaço para que outro profissional possa trazer suas reflexões. Agradeço à revista, a seus editores e a todos os leitores que me acompanharam por aqui nos últimos anos.

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