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Edwiges Parra

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Psicóloga e professora de educação executiva da FGV, especialista em saúde mental corporativa e dependências tecnológicas

As 12 dúvidas mais comuns após o diagnóstico de burnout

Vou ser demitido depois que voltar do afastamento? Serei visto como vulnerável? As 12 questões que costumam afligir quem sofre com o transtorno

Por Edwiges Parra, colunista de VOCÊ RH
23 fev 2022, 06h11
Imagem mostra mulher branca de cabelos castanhos olhando para um computador com as mãos na cabeça e expressão preocupada.
 (Pexels / Anna Shvets/Divulgação)
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I

niciamos o ano de 2022 com o reconhecimento da síndrome de burnout como doença ocupacional, após ser incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial da Saúde. Até então, muito se investiu em disseminar informação sobre a condição, que compromete a saúde física e mental. O reconhecimento como uma doença traz a responsabilidade para as empresas em garantir um ambiente de promoção da saúde, e, para os profissionais de saúde, em fazer o diagnóstico apurado e assertivo.

Nestes últimos dois anos, percebi a demanda do número de solicitações para tratamento por encaminhamento de psiquiatras com diagnóstico e por outras vias, como indicação de pacientes, palestras corporativas com tema de saúde mental, aulas, redes sociais e por este canal que escrevo para a VOCÊ RH.

Muitas pessoas se encontram em profundo sofrimento, o que afeta a qualidade de vida. Quando chegam ao consultório (presencial e on-line), não sabem se estão com burnout, depressão, transtorno de ansiedade, pânico ou outros problemas de saúde associados que podem estar relacionados a pressão alta, insônia, ganho de peso, dermatites, gastrite, azia, má digestão, entre outros sintomas.

Nesse momento, é preciso fazer uma anamnese inicial bem apurada para entender todo o contexto sistêmico desse indivíduo: questões que envolvem estrutura familiar, social, condição de saúde, uso de medicações, estilo de vida, profissão, cargo (responsabilidades e atividades), complexidade da função, carga horária de trabalho, cultura da empresa, valores pessoais e das empresas, até a situação ou evento que evidencia os fatos ocorridos, para, assim, chegar ao diagnóstico.

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Caso o diagnóstico esteja confirmado, há um desconhecimento, acompanhado de uma grande preocupação, sobre o assunto. “E agora?”.

As dúvidas mais frequentes são:

  • Como é o tratamento?
  • Quanto tempo vai levar?
  • Precisarei tomar remédios?
  • Será que conseguirei voltar ao que era antes?
  • O que meu gestor e a empresa vão achar de mim?
  • Será que conseguirei voltar para as minhas atividades?
  • Precisarei mudar o meu estilo de vida e de trabalho?
  • Como será o meu retorno ao trabalho?
  • Será que, quando retornar, depois de um tempo serei mandado embora?
  • Sofrerei algum tipo de preconceito?
  • Serei visto como fraco, frágil, vulnerável?
  • Perderei a confiança das pessoas na minha capacidade?
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Isso, sim, meus caros leitores, são pensamentos reais que as pessoas revelam no ambiente de consultório e que, do ponto de vista terapêutico, será juntamente trabalhado para o melhor restabelecimento do bem-estar psicológico deste indivíduo.

No entanto, há também um papel importantíssimo das empresas em evitar que um colaborador chegue a essa situação, no suporte durante e principalmente no seu retorno, pois é aqui que o papel das organizações será medido na capacidade com que tem de lidar com esses casos.

E, aqui, faço um desafio a vocês, líderes e times de RH:

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Como responderiam a essas questões acima, dos profissionais que sofrem burnout?

O intuito deste conteúdo é aproximá-los de forma mais real ao que, de fato, se passa na mente das pessoas em relação a pensamentos, emoções, sintomas e comportamentos, para ajudá-los a refletir sobre ações mais efetivas, seja consigo, seja com os outros, seja em relação ao ambiente. Até o próximo conteúdo!

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