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Sócio fundador e CEO da iN, consultoria de propósito e gestão de marcas
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Com que frequência você precisa tomar atitudes transformadoras?

Qualquer negócio pode ser transformador quando as pessoas que o fazem criam mudanças em suas bolhas

Por Fábio Milnitzky, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 2 jan 2023, 11h28 - Publicado em 2 jan 2023, 07h54
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ste último ano foi um tanto desafiador para todo mundo. No entanto, líderes e gestores de pessoas enfrentaram o agravante de ter que tomar decisões praticamente às cegas. Em um cenário de incertezas, foi necessário improvisar, se permitir errar e, com muita resiliência, encontrar novos caminhos para chegar aos resultados almejados.

É com essa tônica que encerramos o ano e também nossa série de artigos baseados nas palestras “Hidden in Plain View: Meanings in American Music”, do jazzista Wynton Marsalis, na Universidade de Harvard. Marsalis nos ensinou muito sobre o jazz orquestral e sua relação com o poder de um time em atitudes transformadoras.

Em suas últimas explanações, ele resgata a história do jazz, nos transportando para a ponta inicial da linha do tempo, em Nova Orleans, berço desse estilo musical que, desde 1890, vem ensinando comunidades e sociedades sobre improvisação, diversidade e a potência do trabalho em equipe.

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E quando falamos em trabalho em equipe, olhando de forma macro para a atuação do jazz na sociedade, vemos transformações sociais de tamanha relevância, que ajudaram a revolucionar um sistema de opressão, preconceito e limitações. Sim, o jazz tem esse papel na história, porque deu luz à cultura negra, trazendo à tona raízes e contribuições riquíssimas da população africana para todo o mundo.

Os jazzistas foram ousados, disrruptivos no sentido de romper silêncios e barreiras sociais, convocando as pessoas a pensarem e sentirem-se libertas por meio da música, e a agirem de forma improvisada e humana inspiradas nas músicas não escritas.

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Quando usamos todo esse contexto para fazer analogias poderosas com o universo corporativo, fica claro que, assim como os músicos ao longo dos anos contribuíram para transformações sociais fundamentais, os colaboradores têm essa condição dentro das organizações. Podem transformar cenários por meio de hard skills, mas principalmente pelas soft skills, quando se unem em propósitos comuns.

Cito exemplos aqui na pauta da diversidade, que é de extrema importância ser debatida dentro das companhias, inclusive como compromisso social. A começar por aquelas que vendem produtos envelopados em uma comunicação que apoia a diversidade e inclusão, mas que não olham para seu quadro de funcionários com o mesmo cuidado como olham para a publicidade e as relações públicas. Quando os cargos de liderança não trabalham esse olhar, exercício fica a cargo dos colaboradores, inclusive aqueles que não se sentem incluídos.

E é aí que a mudança começa a ganhar tom e corpo. Porque as pessoas que trabalham em uma companhia que vende diversidade e não pratica dentro de casa, percebem o ruído no discurso e se movimentam para que ele fique alinhado às práticas – e isso começa porque pessoas querem se sentir reconhecidas, representadas e pertencidas.

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Os comitês de diversidade, a maioria deles dentro de diferentes empresas, dos mais variados segmentos e negócios, nasceram assim. Eles são revolucionários há algum tempo no ambiente corporativo, assim como o jazz foi – e ainda é – na sociedade global.

Grupos de pessoas que lutam dentro de seus espaços de trabalho por diversidade e inclusão, que vão na contramão do que está sendo praticado internamente há tempos, atuam sozinhas no início, na maioria das vezes. E essa é uma iniciativa corajosa, porque criam ecossistemas, a médio e longo prazo, de equidade e igualdade.

E assim como o jazz influenciou pessoas, a moda, a literatura e as relações, esses comitês influenciam além de profissionais dentro de times e áreas: eles influenciam pessoas que passarão, dentro de suas casas e contextos familiares e sociais, a influenciar outras pessoas. É um ciclo que, no melhor dos mundos, deveria ser inquebrável.

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Por isso entendo e acredito sinceramente que é possível, sim, trabalhar com propósito. E isso não tem a ver com ganhar menos dinheiro ou desfocar das metas sonhadas e planejadas. E mais: não tem a ver, necessariamente, com a atividade laboral. Quero dizer com isso que, você pode trabalhar em qualquer negócio, e mesmo que ele não impacte positivamente de forma direta o consumidor final, ele pode ser transformador quando as pessoas que o fazem criam mudanças em suas bolhas – sejam elas do tamanho que forem.

Já dito aqui em artigos anteriores, o jazz nasceu de diferentes estilos musicais. Ele é uma iluminação de raízes e desdobramentos de outros sons, afinado, escrito e improvisado por músicos que não entendem só da arte musical, mas entendem de alma, de sutilidade e do cerne humano.

Os grupos de trabalho são assim: formados por pessoas que nasceram de diferentes ascendências, gerações e histórias. Pessoas que, cotidianamente, desdobram sua essência vivendo e criando novas experiências. E são estas mesmas pessoas, dentro das empresas em que trabalham, que levam as impressões captadas por seus olhares, mentes, almas e corações, fazendo as mudanças necessárias e urgentes.

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Esse brilhante estilo musical nos ensina tanto!

Assim como o jazz tem influências na formação de sua raiz e revolucionou a história, nós, que também somos resultado de diferentes influências, podemos e devemos provocar as mudanças que desejamos e precisamos. Não temos que (e por que haveríamos de querer?) fugir disso.

Que o jazz continue inspirando as importantes transformações e revoluções que as diferentes sociedades, no mundo, buscam e precisam. Encerro aqui nosso 2022 com mais esse punhado de inspirações. Ano que vem nos encontraremos com novos olhares.

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