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Fábio Milnitzky

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Sócio fundador e CEO da iN, consultoria de propósito e gestão de marcas
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Sete passos para criar culturas organizacionais mais humanas

A mudança na cultura não depende da nossa vontade: nasce espontaneamente, pois o ambiente organizacional não atua sozinho. Veja como conduzir esse processo

Por Fábio Milnitzky, colunista de VOCÊ RH
18 fev 2021, 09h00
Pessoas felizes comemorando
 (Fauxels / Pexels/Divulgação)
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Depois do impacto e das mudanças trazidas pela covid-19 em nossas vidas, as organizações e seus funcionários precisam se preparar para novas ondas de transformação. Elas surgirão, e novamente impactarão como trabalhamos. Em um horizonte próximo há uma crise de falta de confiança; ela merece ser observada de perto entre aqueles que gerenciam a cultura das empresas. Afinal, ela pode trazer consequências nos pactos e nas relações das empresas com seus colaboradores.

O acesso a dados pelos meios digitais trouxe uma situação única durante a pandemia. Ao invés de entenderem mais sobre o novo vírus, as pessoas passaram a se sentir desorientadas sobre o que é real ou não a respeito da covid-19. A Universidade Oxford revelou que quase 70% das informações sobre a doença eram divulgadas online por influenciadores – e 20% do que era dito era falso. Apenas no Twitter, 59% das postagens não eram verdadeiras. A falta de informações seguras mudou nossas crenças e provocou uma crise de confiança. Diante da incerteza, refletimos e repactuamos com uma nova realidade, que impulsiona como viveremos a partir de agora.

Quando penso nesse cenário e escuto executivos falarem que suas empresas iniciarão um processo de transformação cultural, aponto que eles estão correndo contra o tempo. Este processo já começou. A mudança na cultura não depende da nossa vontade: ela nasce de forma espontânea porque o ambiente organizacional não atua sozinho. Ela anda com a sociedade e suas transformações. Cabe às empresas entenderem que elas devem se adaptar ao ecossistema que as cercam, e não o contrário – uma armadilha que é comum.

Se as organizações precisam de agilidade para acompanhar tantas mudanças que ocorrem na sociedade, será necessário pactuar com os funcionários – motor, coração e mente de qualquer organização – um caminho que transmita a confiança necessária para que eles se sintam seguros e compreendam que estão juntos, mesmo neste ambiente de incertezas.

Nesse processo, vejo sete pontos que podem ajudar as organizações a reconectar suas culturas com um novo momento para a humanidade. É o caminho para que as empresas sejam novamente protagonistas de suas histórias e atuem em sintonia com as necessidades de suas pessoas:

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1. Revalide os combinados: não assuma que os tratados e os pactos anteriores ainda são válidos. Assuma a “confiança base zero”. É hora de escutar seus colaboradores, entender suas mudanças e como gostariam de contribuir com a organização.

2. Seja transparente na mudança: não existe confiança sem transparência e não existe agilidade sem confiança. A comunicação interna tem um papel estratégico primordial na construção da relação com os funcionários.

3. Trate os colaboradores como ativistas: não foi apenas o home office que mudou a relação dos colaboradores com as empresas. Assim como os indivíduos cobram ações concretas dos governantes, seus colaboradores cobrarão ações concretas da liderança. Convide-os a participar desta construção.

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4. Tenha clareza de identidade: O porquê existimos deverá ir muito além de um compromisso descrito e amplamente comunicado. Será fundamental conectar o propósito ao como fazemos as coisas e o que entregamos para nossos stakeholders.

5. Encontre propósito além do lucro: O movimento de ESG vai acelerar ainda mais a importância do propósito nas organizações. Para ser bem sucedido, o propósito deve ser autêntico. Isso significa apoiar-se nele para orientar as decisões, acreditando que isso ajudará uma empresa não apenas a sobreviver, mas também a prosperar.

6. Busque coragem para se posicionar: será necessário comunicar como a empresa será um motor de evolução da sociedade além de seus próprios muros para, assim, o colaborador sentir (e ser) o motor de evolução da empresa. Em um mundo incerto e “cinza”, o protagonismo virá da coragem de fazer o que é certo, mesmo que não agrade a todos.

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7. Acredite na tolerância: buscar fazer o que é certo, assumir os erros, corrigi-los quando necessário e conversar com seus stakeholders sobre a jornada – e não apenas sobre seus fins – vai humanizar a empresa aumentando o senso de pertencimento daqueles que se relacionam com ela. Mais do que isso, trará tolerância ao longo de toda essa jornada. Nenhuma empresa passa por uma transformação cultural sem erros.

Todas essas ações não pressupõem apenas um projeto de reestruturação cultural, mas sim um processo contínuo de evolução da cultura. A partir dele, as organizações poderão ultrapassar as barreiras que hoje mesmo elas se impõem – e nem mesmo veem – diante de mudanças e crises que contornam o planeta.

Assinatura de Fábio Milnitzky
(VOCÊ RH/Divulgação)
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