Kits especiais, festa de confraternização, ciclo de palestras temáticas, almoço com a equipe, happy hour da área. São muitas as opções para reunir as pessoas (com segurança), fazer um balanço de mais um ano de pandemia e seguir em frente. Experiências criativas e marcantes não faltam.
Mas, mais do que formatos para fechar e abrir ciclos, é fundamental refletir sobre que mensagens a empresa e as lideranças deixam para as pessoas nesses momentos.
Será que faz sentido promover dinâmicas de team building num lugar em meio à natureza se a fala de abertura do encontro, feita por alguém da diretoria, reforça desafios das novas metas e problemas enfrentados ao longo do ano? Ou se, ao longo do ano todo, não há espaço para diálogo e para colaboração entre as pessoas?
Será que o kit entregue na casa das pessoas, com o que quer que seja, está coerente com as práticas de gestão ao longo do ano? Ou são belos itens que mal conversam com o dia a dia de profissionais, atarefados e sobrecarregados?
Será que o almoço ou a happy hour da equipe conta com a presença daquelas pessoas mais entrosadas, e não das que se sentem à margem, pelo motivo que for? Ou todos estão por ali menos a liderança?
Não tenho a intenção ou pretensão de criticar essas ações, pois é essencial ter rituais, celebrar, confraternizar, ainda mais com um cenário de grande parte da população vacinada e a vida social mais ativa do que há meses.
Mas proponho esses questionamentos para nos perguntarmos se essas ações são apenas pontuais, se são coerentes com as práticas e a cultura da equipe e da empresa, se têm o envolvimento da liderança para aproximar, ouvir e perceber as pessoas nesses outros contextos que não apenas o do dia a dia.
Porque tudo comunica e, com frequência, percebo um descompasso entre a ação e o discurso, o ritual e a prática cotidiana. A consequência é a sensação de fugir dos problemas por algumas horas, mas voltar a eles nos outros 364 dias do ano.
Para evitar que isso ocorra com você, sua equipe e na sua empresa, te convido a dialogar, se aproximar e atuar de forma coerente ao longo de todo o ano, para que as festividades e celebrações sejam fruto do que foi semeado e cultivado diariamente.