ideia de que melhorar os pontos fracos é o melhor caminho para o autodesenvolvimento vem sendo questionada nos últimos anos. “Os excelentes desenvolvem seus pontos fortes focando naquilo que têm de naturalmente bom, em vez de ficar tentando mudar a sua essência”, diz Yuri Trafane, CEO da Ynner Treinamentos. “Essas pessoas se concentram em seus talentos — padrões naturais de sentimento, pensamento e comportamento — e, a partir daí, constroem as competências de que precisam para atingir seus objetivos. Aqueles que conhecem o seu arsenal emocional e cognitivo, valorizam-no, em vez de tentar mudá-lo, e aprendem a usá-lo.”
Segundo o especialista, os pontos fracos não devem ser ignorados, mas administrados para atingir, nesses aspectos, uma performance satisfatória. “Pessoas focadas em seus talentos para desenvolver pontos fortes são seis vezes mais propensas a se engajar no trabalho. E três vezes mais propensas a informarem uma qualidade de vida excelente. Ou seja, essa abordagem não só lhe faz mais eficaz, mas tem o potencial de lhe fazer viver melhor”, afirma.
“E, quando uma organização usa a filosofia dos talentos para desenvolver pontos fortes, os resultados não são menos animadores. Artigo na Harvard Business Review sobre o tema mostra que tais empresas têm vendas até 19% maior, lucro até 29% superior, engajamento de colaboradores até 15% mais elevado e uma queda no turnover que pode chegar a 72 pontos percentuais. Até os acidentes de trabalho declinam entre 22% e 58%.”
Essa forma de olhar o autodesenvolvimento pode inspirar boas práticas de treinamento e de gestão de pessoas, já que, em muitas empresas, a cultura corporativa reforça os pontos fracos dos profissionais — e considera que os talentos não são mais do que uma obrigação.