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O que é “paredão da maternidade” e por que precisamos combatê-lo

Maternal Wall é o nome dado aos obstáculos profissionais impostos às mães

Por Letícia Furlan
Atualizado em 8 Maio 2023, 15h57 - Publicado em 11 nov 2021, 07h00
Foto mostra uma mulher morena, com sorrindo com os lábios cerrados, sentada em seu ambiente de trabalho e olhando para a câmera.
 (Pexels/ Christina Morillo/Divulgação)
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A

s mulheres costumam enfrentar muitos desafios durante a jornada profissional. De acordo com a psicóloga Adriana Drulla, existe uma barreira invisível que dificulta a promoção das profissionais e de outros grupos discriminados socialmente. “Não existe uma regra corporativa explícita que impeça essas pessoas de ocupar posições importantes, mas elas são prejudicadas por regras e vieses implícitos na cultura corporativa”, afirma.

Para as mulheres que são mães, os desafios se multiplicam, porque elas são barradas muito antes de chegarem ao estágio do crescimento profissional, no “paredão da maternidade” – ou maternal wall, em inglês.

Maternal wall são os obstáculos profissionais impostos às mães”, diz Adriana. “Elas têm menor probabilidade de serem contratadas – e cerca de 30% delas passam um tempo expressivo longe do mercado de trabalho. Mas se engana quem pensa que é por escolha. Na maioria das vezes, a mãe sai do mercado pela desvalorização profissional e por não ter com quem dividir as obrigações familiares.”

Segundo o estudo Estatísticas de Gênero, divulgado pelo IBGE em março de 2021, apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm crianças de até 3 anos em casa estavam empregadas. Na pandemia, a saída de mães do mercado de trabalho foi ainda mais frequente, sendo três vezes maior do que o egresso de pais. “A pressão sobre as mulheres, mesmo indiretamente, afeta a ascensão delas a cargos maiores. Com a vida reclusa em casa, recaiu em grande parte às mulheres a responsabilidade de lidar com trabalho, tarefas domésticas, suporte aos filhos em aulas virtuais. Isso tudo evidencia uma realidade ainda machista”, afirma a headhunter Erica Castelo.

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“Tudo isso gerou uma sobrecarga enorme para a mulher, o que dificulta a alta produtividade durante esse período e a competição por um cargo mais alto, caso a oportunidade surja nesse momento mais complexo”, afirma Erica, que reforça a importância de as empresas terem empatia e apoiarem as funcionárias e as candidatas.

Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2017 mostrou que metade das mulheres perderam seus empregos após a gravidez. O estudo também constatou que não é incomum que as trabalhadoras que saem de licença-maternidade sejam demitidas até 24 meses após o nascimento da criança. Já um levantamento realizado pela InfoJobs revela que 51% das mulheres já sofreram algum tipo de preconceito dentro do ambiente corporativo.

Talento materno

Erica afirma que há um desperdício de talentos quando existe a limitação da atuação da mulher no mercado devido à maternidade. “Perdem as empresas, que contariam com pessoas ainda mais capacitadas com a experiência que a maternidade traz, e perde a economia brasileira, com mais pessoas fora do mercado ou com salário abaixo do valor devido”, explica.

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Para Erica, o futuro do trabalho é cada vez mais humano, com as habilidades comportamentais ganhando destaque nas empresas. Segundo as especialistas, a maternidade traz mais senso de propósito e oportunidades para exercitar a empatia, a liderança e a gestão de conflitos.

“Por isso, as mulheres precisam estar cientes das vantagens que levam nesses aspectos quando se tornam mães, e se apropriar disso”, diz Erica.

Afinal, estamos progredindo?

Há uma maior conscientização sobre o tema por parte das empresas, mas a mudança leva tempo. “Nenhuma revolução começa sem um movimento consistente, por isso fico feliz em perceber essa iniciativa mais forte por parte das organizações, mesmo que, incialmente, elas estejam também preocupadas em responder a uma pressão social para que isso aconteça”, afirma Erica.

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Essa mudança de atitude começa a conscientizar as pessoas. “Não só as mulheres precisam se apoiar, como os homens têm um papel importante mostrando a empatia pela causa, promovendo a inclusão. Eu fico feliz cada vez que recebo uma ligação de algum cliente me pedindo para priorizar as mulheres para as posições executivas que possuem”, diz Erica. “Ainda mais gratificante é notar quando sabem que seus times precisam de mais diversidade. Isso demonstra que realmente querem mais mulheres para ajudar na ascensão dos seus negócios – o que, comprovadamente, gera mais lucro no final do dia.”

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