Siglas e estrangeirismos: como a tecnologia modifica o perfil das vagas
Essa tendência pode gerar ansiedade, pois se trata de um processo realmente novo e importante de acompanhar, seja para um RH, executivo ou candidato
Em alguns casos, pode até ser modismo. Mas as siglas e estrangeirismos que definem cada vez mais posições de trabalho, como CTO e CRO, trazem em si uma revolução em andamento: a expansão da influência das novas tecnologias no perfil dos profissionais que as empresas buscam.
Para Miguel Fernandes, fundador da Witseed, startup especializada em educação corporativa, a tecnologia modifica a atuação de pessoas em todas as áreas. As vagas, digamos, tradicionais – analista, supervisor, diretor – vão continuar existindo. Ainda assim, as ocupações passam a exigir outros conhecimentos. “Atualmente, um time de marketing precisa ter todas as habilidades necessárias para colocar de pé um conjunto de soluções que, há alguns anos, só a área de TI conseguia, como landing pages, automações, dashboards, controle de métricas, crawlers, integrações e hacks”, diz.
Outro fator que influencia as novas nomenclaturas é a união de funções em um cargo só. Miguel, por exemplo, é Chief Technology Officer (CTO), ou diretor de tecnologia. Mas o executivo tem sentido a necessidade de atualizar a descrição para outra mais alinhada às suas atividades, mudando-a para CRO: Chief Revenue Officer, que combina as responsabilidades das diretorias de marketing, tecnologia e operações.
Para Martha Didier, Customer Success da Witseed, as mudanças estão ocorrendo de maneira natural à medida que surgem novas tecnologias. “Vivemos em uma época de muitas dúvidas. Mais do que perder seus empregos, as pessoas temem perder a empregabilidade”, afirma.