Fraudadores existem no mundo corporativo e podem estar entre os funcionários – ou líderes – de uma equipe. Visando traçar o perfil deles em empresas brasileiras, um estudo da KPMG constatou que 80% daqueles que aplicam golpes são homens. A maior parte ocupa cargos de coordenação e gerência (60%).
Furto ou roubo de ativos (52%), adulteração de documentos (49%), vazamento ou violação de dados (24%) e pagamento de propina ou suborno (23%) estão entre as fraudes mais comuns identificadas pela pesquisa no Brasil.
O levantamento já havia sido feito há cinco anos, quando o perfil do fraudador era um pouco diferente. Hoje, apesar de a maioria ainda ser do sexo masculino, eles são mais jovens. Antes, 31% deles tinham de 46 a 55 anos. Na versão atualizada do relatório, essa faixa etária representa apenas 14% dos fraudadores. Já o público entre 18 e 25 anos e 26 e 35 anos apresentou aumento de 7 e 20 pontos percentuais, respectivamente.
Mais tempo de casa, mais confiança para fraudar
Os resultados mostram também que quanto maior o tempo de empresa, mais confiante a pessoa se sente para cometer um desvio: 45% dos casos envolviam funcionários que já estavam na organização havia anos, de um a quatro, na época da fraude. Já 34% contavam com mais de seis anos de companhia.
O fraudador pode estar entre nós
A pesquisa também cruzou informações visando identificar atitudes comuns aos fraudadores. Daqueles que estavam cometendo malfeitos, 43% tinham um relacionamento atípico com terceiros. Já 36% deles mantinham um estilo de vida incompatível com sua realidade e 25% apresentavam alguma dificuldade financeira.
O que fazer para evita-las?
Os dados indicam que realizar investigações internas periodicamente, possuir uma metodologia documentada para apuração dos casos e ter profissionais dedicados exclusivamente ao combate de fraudes pode ser um bom caminho para evitar o problema. De janeiro de 2020 a junho de 2021, 72% das companhias ouvidas disseram ter realizado até 50 investigações – 78% delas afirmaram ter profissionais para identificar essas questões.
Possuir um canal de denúncias sob responsabilidade das áreas de compliance e auditoria também é uma prática benéfica e uma alternativa adotada por quase 90% das companhias ouvidas.
Para a pesquisa, baseada em uma análise do perfil de fraudadores, e não em casos de fraude, a KPMG ouviu 120 empresários e líderes de cerca de 120 companhias.