Conheça o processo que torna as demissões mais ágeis e humanizadas
Após um episódio traumático com a própria demissão, Fernanda Medei criou um método de desligamento empático para acolher os profissionais. Saiba mais
Uma experiência pessoal um tanto traumática incentivou Fernanda Medei a criar sua própria empresa. Advogada de formação, ela ficou esperando 120 dias pela homologação após uma demissão. O episódio foi o empurrão para que ela criasse a Medei, startup de gestão de pessoas que ajuda as empresas e os profissionais a conduzirem o processo demissional. A companhia oferece o offboarding, que nada mais é do que a demissão humanizada com serviços como entrevistas de desligamento, logística reversa para entrega de materiais corporativos, homologação digital e acompanhamento dos profissionais desligados.
Para Fernanda, as empresas precisam humanizar mais as demissões e os líderes devem ser mais sinceros e objetivos nos comunicados de desligamento. A seguir, ela traz conselhos para que as demissões tenham mais empatia.
Quais são os principais erros que o RH e a liderança cometem durante uma demissão?
Não planejar o desligamento do funcionário, não esclarecer o motivo da demissão, comparar o colaborador com os colegas e levar em conta a pessoalidade para realizar da demissão. Além disso, não dar a notícia da demissão de forma direta, não saber explicar os próximos passos burocráticos, cometer erros na geração dos documentos rescisórios, bem como, a falta de explicação do que a pessoa tem a receber, gera muita ansiedade e sensação de descaso.
Quais atitudes adotar para conduzir demissões humanizadas?
Comunicar uma demissão nem sempre é fácil, mas existem maneiras para minimizar os impactos de um desligamento. Para a condução de demissões humanizadas, é fundamental que a liderança seja sincera com a pessoa, explicando os motivos do desligamento e deixando claro tudo o que foi encaminhado para o momento. É essencial que a empresa trate esse ex-funcionário da melhor maneira possível para que ele entenda o fim do ciclo e saiba lidar com a demissão. Nesses casos, o ideal é, também, que a liderança converse pessoalmente e de forma individual com essa pessoa para comunicá-la sobre a demissão.
Outra atitude que pode ser adotada pelos líderes durante o processo de desligamento é a objetividade. Afinal, é extremamente angustiante ser demitido. Por conta disso, considera-se que cerca de 15 minutos de conversa seja o tempo necessário para promover uma demissão sem impactar ainda mais a saúde mental do ex-funcionário.
Por fim, as organizações devem demonstrar gratidão à pessoa pelo serviço prestado e pelo tempo disponibilizado, uma vez que, de alguma forma, ela ajudou no crescimento da empresa.
Quais as vantagens de demissões empáticas para as empresas?
Muito mais que um procedimento de demissão efetivo, no qual nenhuma informação fica de fora, a demissão humanizada aborda práticas que trazem transparência, respeito e dignidade ao desligamento. Dessa forma, ela tem como vantagens o fato do colaborador ser comunicado de maneira clara sobre todo o processo, sobre as razões que o levaram a ser dispensado e sobre toda a ajuda que a empresa pode vir a oferecer. Além disso, esse tratamento vem com o bônus de tornar a imagem da empresa mais interessante para o mercado, especialmente para os futuros candidatos.
A demissão humanizada tem um impacto positivo não somente para quem é desligado, mas para todos que estão nesse processo. Especialmente, na vida dos profissionais que continuam na empresa. Outras vantagens desse tipo de processo consistem em melhorias no clima organizacional, elevação da confiança dos funcionários na empresa, fortalecimento do employer branding, além da redução dos riscos de processos trabalhistas.