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Natura atinge meta da ONU e substitui salário mínimo por “salário digno”

Em evento em São Paulo, a diretora de RH da companhia explicou como calcular a remuneração neste caso – e defendeu o "empoderamento econômico" dos funcionários.

Por Luisa Costa
Atualizado em 28 out 2024, 18h04 - Publicado em 25 out 2024, 19h51
Foto des três mulheres participando de um painel em um evento.
 (ABRH/Divulgação)
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A Natura & CO atingiu, com seis anos de antecedência, sua meta de pagar um salário digno para todos os seus colaboradores – ou seja, uma remuneração que vai além do salário mínimo legal, porque considera o custo de vida nas regiões em que a empresa atua. Além disso, zerou as disparidades salariais baseadas em gênero e raça.

Gleycia Leite, diretora de RH da companhia, falou sobre o assunto na última quinta (24) em um painel do CHRO Fórum, evento realizado pela Associação Brasileira de RH em São Paulo. Na ocasião, a executiva defendeu o “empoderamento econômico” dos funcionários: “Quando levamos prosperidade aos colaboradores, criamos também um ambiente próspero para o nosso negócio”.

O Pacto Global da ONU afirma que 19% dos trabalhadores do mundo não ganham o suficiente para escapar da pobreza – e defende que nem sempre um trabalho remunerado fornece o suficiente para “garantir um padrão de vida decente”.

Por isso, a iniciativa realiza um trabalho de conscientização para que as empresas assumam o compromisso público de adotar o salário digno – e oferece apoio técnico, com mentorias, workshops e outras atividades, para que elas atinjam suas metas relacionadas ao tema.

Este é o Movimento Salário Digno, cujas embaixadoras são a Natura, o Banco do Brasil e a Ambipar. Para falar sobre a iniciativa, o CHRO Fórum também recebeu Flávia Vianna, gerente do Pacto Global da ONU no Brasil.

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Como calcular o salário digno

Para defini-lo, as companhias precisam considerar quanto um funcionário gasta com moradia, água, comida, cultura e transporte na sua cidade. Também precisam estudar quanto um trabalhador precisa receber para conseguir criar uma reserva emergencial.

“Para isso, buscamos um parceiro especializado com uma fonte de dados confiável e consideramos as referências para um adulto e para a família típica [do respectivo local de atuação dos funcionários]”, explica Gleycia. 

A Natura emprega 6,9 mil pessoas em fábricas nas cidades de Cajamar (SP) e Benevides (PR) e em centros de pesquisa e tecnologia nas cidades de São Paulo (SP), Manaus (AM) e Nova York (Estados Unidos). A companhia também está em outros sete países: Argentina, Bolívia, Chile, México, Peru, Colômbia e França.

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Segundo Gleycia, a Natura estabeleceu uma métrica de acompanhamento trimestral do custo de vida em cada região e não considerou benefícios como plano de saúde na conta do salário digno, apenas “pagamentos garantidos”. A diretora de RH não divulgou valores do salário digno quando perguntada a respeito pela plateia do CHRO Fórum.

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*Errata: o texto original dizia que a Natura estabeleceu suas metas relacionadas à remuneração digna em parceria com o Pacto Global da ONU. Gleycia Leite afirma, porém, que a companhia o fez de maneira independente.

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