Quais são as expectativas dos profissionais do mundo todo sobre seu trabalho? Foi para responder a essa pergunta que a consultoria ADP ouviu 43.000 trabalhadores no mundo todo, incluindo no Brasil. O estudo foi conduzido em duas etapas: antes e depois da pandemia da covid-19, em janeiro e maio de 2020, respectivamente. “É um raio X muito completo da força de trabalho global, mostrando as tendências que já estavam em curso e o que mudou com este novo cenário”, diz Mariane Guerra, vice-presidente de recursos humanos da ADP na América Latina.
Embora a crise do coronavírus seja uma das piores da história, os trabalhadores mantém o otimismo sobre o trabalho nos próximos cinco anos. Em janeiro de 2020, 89% dos brasileiros estavam esperançosos quanto ao futuro; índice que permaneceu o mesmo em maio. Na região da Ásia-Pacífico, o otimismo caiu de 95% para 87%. Na Europa, se manteve estável em 78%.
Futuro do trabalho
Também é interessante notar que, no pós-covid, 75% dos brasileiros acreditam que suas funções não irão desaparecer nos próximos cinco anos. Essa percepção é compartilhada por 68% dos europeus e 66% dos norte-americanos. Os asiáticos são os mais céticos quanto à permanência de suas funções até 2025: 51% acreditam na permanência e 33% concordam que as funções correm o risco de desaparecer.
Home office e horas trabalhadas
Um dos grandes temas da pandemia, o home office não ficou de fora do levantamento da ADP. Em janeiro, apenas 24% dos empregadores tinham políticas formais de trabalho flexível e remoto. Com a pandemia, o índice global saltou para 44%. No Brasil, 50% dos profissionais ouvidos afirmam que a prática agora é institucionalizada.
Mas, em casa, os profissionais sentem que trabalham mais — mesmo sem remuneração. Se antes da pandemia, os brasileiros trabalhavam 4,3 horas a mais diariamente sem serem recompensados por isso, agora o número passou para 5,3. Os norte-americanos é o que estão sofrendo mais com isso. Por lá, o crescimento foi de 4,1 horas para 7,1 horas.
E algo não mudou na pandemia: a maioria dos profissionais de todo o mundo ainda prefere ter um emprego fixo em vez de atuar como freelancer. O índice mudou de 85% antes da crise para 82%.
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