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Como lidar com as emoções, a carreira e as finanças após uma demissão inesperada

Uma notícia como essa pode ser um choque, mas também é o momento de assumir o controle da própria vida. Confira dicas práticas e estratégicas sobre o tema.

Por Izabel Duva Rapoport
26 set 2025, 14h23
Uma caixa de papelão com itens de escritório em cima de uma cadeira de escritório.
 (Freepik/Reprodução)
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Demissão é um fato da vida corporativa, não um veredito sobre os valores profissionais. Mesmo assim, ela gera impacto não apenas na carreira e no orçamento, mas também na autoestima de quem se despede da empresa. O primeiro passo, segundo Adriana Melo, CFO da SAS Brasil, é controlar o instinto de falar mal da organização ou de se justificar demais. “A elegância na saída é um ativo. [Porque] a reputação anda mais rápido que o colaborador no mercado”, alerta a especialista em finanças corporativas e planejamento estratégico.

Na atualização do LinkedIn, vale atentar para não transformar o post em um obituário profissional. “Seja claro, agradeça o aprendizado e sinalize abertura para novas oportunidades”. Um momento como esse, sobretudo quando inesperado, exige pausa e avaliação: “O que esta mudança revela sobre o mercado, a carreira e as próprias escolhas?”.  A seguir, Adriana indica um passo a passo para agir com estratégia desde o recebimento da notícia:

  • Conversar com o empregador para entender o motivo da demissão e fechar o ciclo.
  • Permitir-se o luto: “chore, ria do absurdo, mas não se isole”.
  • Buscar uma rede de apoio, especialmente, amigos, familiares ou mentores que já passaram por situações semelhantes.
  • Atualizar o currículo imediatamente e destacar conquistas recentes.
  • Ativar contatos no LinkedIn e sinalizar que está aberto a novas oportunidades.
  • Planejar a recolocação como um projeto. O prazo médio é de seis meses, mas com estratégia pode ser mais curto.
  • Evitar decisões impulsivas, como aceitar qualquer oferta por desespero.
  • Priorizar oportunidades alinhadas ao propósito e objetivo profissionais.
  • Encarar como um recomeço. Muitas pessoas saem de demissões para posições melhores ou decidem empreender.

A elaboração da dor

Para a terapeuta Mayra Cardozo, uma demissão inesperada quase nunca é apenas sobre trabalho e elaborar a dor é fundamental. “Ela mexe com a autoestima, com a sensação de pertencimento e com a segurança que o emprego representa na vida de alguém”. Com a notícia, segundo ela, vêm junto sentimentos de frustração, medo, raiva ou até mesmo vergonha e, por isso, o ideal não é tentar “resolver” tudo logo, mas se permitir sentir. “A pressa em se recompor muitas vezes é cruel porque gera a ideia de que estar triste ou desorientada é fraqueza – quando, na verdade, é apenas humano”, relata a também advogada especialista em gênero, sócia do Martins Cardozo Advogados Associados.

No entanto, para elaborar o impacto emocional, Mayra levanta um alerta para que esses sentimentos não comandem tudo. “Uma rotina minimamente estruturada ajuda muito: cuidar do sono, da alimentação, do corpo – com isso regulado, a mente encontra mais espaço para elaborar”, diz, sugerindo equilibrar momentos de ação e de pausa. “Buscar recolocação é necessário, claro, mas viver obcecada por isso só aumenta a exaustão e a ansiedade”. Adriana, da SAS Brasil, ainda acrescenta leitura de qualidade e conversas com pessoas que têm boa visão de mercado. “Isso funciona melhor que scrolling infinito de vagas”.

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Como reorganizar a vida financeira

Entrar em pânico com relação às finanças domésticas pode atrapalhar, mas não há como fingir que nada mudou. A primeira medida nesse sentido, de acordo com a fundadora da SHS Investimentos, Adriana Ricci, é fazer um diagnóstico honesto das contas, listando todas as despesas fixas e variáveis. “Com esse levantamento é preciso enxergar onde é possível cortar gastos, priorizando apenas o essencial até que uma nova fonte de renda seja estabelecida”, orienta a especialista em planejamento financeiro, nos levando a dois alertas: o primeiro é redobrar o cuidado com o uso do crédito, evitando compromissos que possam se transformar em dívidas futuras de difícil controle; e o segundo é ajustar o orçamento imediatamente, porque cada dia conta. “Ao reduzir despesas e proteger a reserva existente, o profissional ganha fôlego para se recolocar com mais tranquilidade”.

Adriana concorda. “Pensar de forma estratégica ajuda a reduzir danos e manter a autonomia para decidir o próximo passo sem pressa”. Confira dicas práticas, listadas pela CFO, para organizar as finanças – se possível depois de pelo menos uma semana de descanso para estabilizar as emoções e renovar as energias antes de embarcar no projeto de recolocação:

  • Listar todas as despesas fixas e variáveis e identificar o que é essencial.
  • Envolver a família no plano de corte de custos, explicar a situação de forma clara e buscar apoio para reduzir gastos juntos.
  • Cortar supérfluos como jantares caros ou assinaturas pouco usadas, para esticar o valor da rescisão.
  • Confirmar sua rescisão: saldo de salário, férias proporcionais, 13º e multa de 40% sobre o FGTS.
  • Montar uma reserva de emergência que cubra pelo menos seis meses de despesas básicas, usando produtos de renda fixa segura como CDBs ou Tesouro Selic.
  • Solicitar o seguro-desemprego se for elegível: o benefício pode chegar a cinco parcelas, dependendo do tempo de contribuição.
  • Planejar resgates mensais dos recursos para evitar gastar tudo de uma vez.
  • Considerar fontes de renda ponte, como freelances ou consultorias, para aliviar a ansiedade financeira.
  • Se houver previdência privada e/ou pacote de ações, avaliar a portabilidade em vez de resgatar, para evitar perdas e tributação desnecessária.
  • Com o currículo e perfil no LinkedIn atualizados, buscar capacitações pontuais que elevem sua empregabilidade.
  • Participar de eventos estratégicos que ampliem sua visibilidade e networking, com equilíbrio para não sobrecarregar as contas.
  • Acompanhar o orçamento semanalmente utilizando uma planilha simples ou um aplicativo para não se perder.
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A especialista ressalta que demissões falam mais sobre a empresa do que do colaborador demitido e recomenda lembrar de que momentos como esses são intervalos, não o fim do jogo. Seu conselho é descer do salto, mas levantar a cabeça, pois a pessoa demitida continua sendo a mesma profissional que era antes da notícia. “Apenas com mais uma experiência para contar na próxima entrevista, que irá comprovar a resiliência”.

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