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Ana Carolina Souza

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Neurocientista e sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa na área de neurociência organizacional

Como a Fadiga de Decisão pode prejudicar a liderança

Procrastinação de atividades importantes, prejuízo no autocontrole, escolhas impulsivas... Veja os riscos do esgotamento mental de quem decide a toda hora.

Por Ana Carolina Souza, colunista de VOCÊ RH
9 ago 2025, 19h01
Imagem de um cérebro humano feito de lã em tons de amarelo com ondas cerebrais de papel dobrado amarelo sobre um fundo azul.
 (Richard Drury/Getty Images)
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O cérebro é um órgão que, apesar de representar apenas 2% do peso corporal, é capaz de consumir até 25% de todos os seus recursos energéticos. Isso mostra que seu funcionamento exige muito do nosso organismo. Um bom exemplo disso no ambiente de trabalho são aqueles dias em que emendamos uma reunião na outra, respondemos a dezenas de mensagens, resolvemos demandas e, ao final do expediente, nos sentimos completamente esgotados – mesmo tendo passado o dia todo sentados. O que torna esses dias mais desafiadores do que outros pode estar associado ao tipo de trabalho desenvolvido, e não necessariamente ao tempo dedicado às tarefas.

Como estratégia evolutiva para reduzir seu alto gasto energético, o cérebro apresenta uma série de processos automáticos que são mais “baratos” para o nosso organismo. Hábitos e vieses são bons exemplos de processos inconscientes que favorecem a tomada de decisão e o comportamento eficiente, sem tanto gasto energético. No entanto, quando estamos no trabalho, principalmente imersos em contextos estratégicos, sensíveis e inovadores, passamos uma parte importante do nosso tempo tomando decisões conscientes, o que aumenta muito essa demanda de energia.

Se você ocupa uma posição de liderança, esse processo pode ser ainda mais desgastante. A necessidade constante de vislumbrar cenários, antecipar riscos, prever desdobramentos e tomar inúmeras decisões – que vão desde a camada mais estratégica até as mais operacionais e cotidianas – faz com que quem ocupe uma posição de liderança tenha que lidar cotidianamente com atividades que demandam esforços cognitivos contínuos. Além disso, direcionar, motivar, desenvolver pessoas e resolver conflitos também exigem bastante da capacidade decisória e emocional dos líderes. E é por isso que, ao final de um dia de trabalho, é fácil sentir um grande cansaço. E esse processo tem um nome: Fadiga de Decisão.

Resultado: decisões impulsivas e má comunicação

Trata-se de um estado de esgotamento mental que ocorre em decorrência de ter que tomar muitas decisões em sequência, fazendo com que o cérebro se sinta sobrecarregado com esse processo. Com o passar do tempo, se essa resposta não for cuidada, a tendência é observarmos uma piora na qualidade das decisões, fazendo com que os profissionais comecem a procrastinar atividades importantes e optar por alternativas mais simples e fáceis, evitando despender mais energia do que são capazes de oferecer.

Outro impacto comum observado é o prejuízo na capacidade de autocontrole, que leva à decisões impulsivas, problemas de comunicação e erros. Nesse estado, os profissionais ainda reduzem sua capacidade criativa e proatividade, limitando a busca por soluções e o processo de inovação.

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Esse padrão gera um círculo vicioso: o cansaço prejudica a tomada de decisão. Quanto pior a tomada de decisão, pior é o desempenho. Esse cenário leva à sobrecarga, o que intensifica o cansaço e prejudica ainda mais a tomada de decisão. Com o tempo, o que vemos nas empresas é uma superficialidade crescente no processamento de informações, ruídos de comunicação, erros, retrabalho e o esgotamento de líderes e colaboradores, que, por mais que se esforcem, não conseguem sustentar uma rotina de trabalho saudável.

Aprender sobre esse padrão e conhecer a Fadiga de Decisão nos permite criar estratégias mais eficientes para cuidar do cérebro, garantindo clareza mental e uma boa capacidade de tomar decisões.

Três dicas

A seguir, trago três dicas simples para inserir em sua rotina e ajudar a mudar esse padrão:

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Mantenha as emoções sob controle: Ao ser tomado por emoções intensas, muitas vezes perdemos a capacidade de pensar com clareza, antecipando os impactos de nossas ações. Uma estratégia conhecida e bem eficiente consiste em respirar fundo três vezes, concentrando-se no ar que entra e sai dos pulmões. É uma simples iniciativa que pode ajudar a recuperar o controle consciente de suas ações e te poupar de problemas futuros.

Invista em um sono de qualidade e faça pausas regulares: Durante o sono, o cérebro elimina toxinas acumuladas ao longo do dia, além de processar as informações e consolidar a memória. As pausas, mesmo que breves, oferecem ao cérebro a oportunidade de se recuperar da fadiga cognitiva, melhorar a capacidade de foco (controle atencional), estimulam a criatividade e previnem a sobrecarga. Tudo isso favorece o aprendizado, a tomada de decisão e a produtividade.

Desenvolva uma atividade por vez: Ao tentarmos ser multitarefa, executando mais de uma atividade ao mesmo tempo, fragmentamos a nossa capacidade de manter a atenção. Isso gera prejuízos diretos para o córtex pré-frontal, uma região do cérebro responsável pelo autocontrole, a visão de longo prazo e a tomada de decisão. Ao priorizar suas atividades e desenvolvê-las uma por vez, você reforça positivamente rotinas e circuitos favoráveis às boas decisões.

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Em um mundo tão complexo e dinâmico como o que vivemos, é cada vez mais necessário desenvolver rotinas saudáveis que incluam práticas simples capazes de cuidar da nossa saúde, equilibrando bem-estar e performance. Além das dicas acima, planejar suas atividades com antecedência, automatizar escolhas rotineiras e delegar de maneira efetiva são formas eficientes de reduzir a carga mental causada pelo excesso de decisões. Ao preservar a energia do cérebro, os profissionais podem se concentrar nas escolhas realmente críticas e, com isso, prosperar em suas carreiras sem abrir mão da saúde e do bem-estar.

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