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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

Minissabáticos: pequenas pausas estão virando um diferencial de carreira

Intervalo de três a seis meses no trabalho pode ser estratégico. Deve ser usado para autocuidado, mas também estudar, experimentar e se reposicionar.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
8 ago 2025, 16h21
Imagem de visão aérea de fios de extensão de uma tomada desplugada.
 (Paul Taylor/Getty Images)
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Por muito tempo, intervalos no currículo foram vistos com desconfiança. Era comum candidatos evitarem mencionar períodos de pausa e, quando isso acontecia, os discursos eram estruturados com justificativas quase defensivas.

Mas isso está mudando. Com mais gente repensando o ritmo de trabalho, as prioridades e os rumos profissionais, os chamados minissabáticos têm ganhado espaço como parte natural – e até mesmo estratégica – da trajetória de muitos profissionais.

Diferente do sabático tradicional, longo e, geralmente, focado no descanso ou em projetos pessoais, o minissabático costuma ser mais curto, planejado e com um objetivo bem definido. Em média, dura entre três e seis meses e tem sido usado por executivos e profissionais de diferentes áreas para estudar, experimentar, respirar e, principalmente, se reposicionar.

É o tipo de pausa que faz sentido para quem deseja mudar de área, investir em desenvolvimento, refletir sobre o próximo passo ou até construir uma nova narrativa profissional. E tenho observado a adesão a essa pauta com mais frequência em entrevistas com candidatos – principalmente entre aqueles que disputam vaga em cargos de liderança.

A hora de afiar o machado

Como eu disse no início, a pausa que antes era vista como lacuna, hoje, muitas vezes, é percebida no mercado como um movimento consciente de quem quer sair do piloto automático e tomar decisões com mais clareza. Tem a ver com autoconhecimento. São pessoas que optam por desacelerar temporariamente para avançar de forma mais alinhada depois.

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E não estamos falando apenas de quem passou por burnout ou situações extremas de cansaço físico ou emocional. Há quem use esse tempo para fazer cursos de curta duração, desenvolver um projeto autoral, acompanhar mais de perto a vida dos filhos ou, simplesmente, reorganizar prioridades. Em muitos casos, são pausas planejadas entre uma oportunidade de trabalho e outra, ou mesmo após ciclos longos de atuação em uma mesma empresa. São profissionais que, por exemplo, se organizam para investir parte da rescisão em si mesmos, indo viajar ou se inscrevendo em cursos que irão alavancar suas carreiras.

Uma tendência crescente tem sido aproveitar esse período para investir em formações de curta duração em escolas como Harvard, Columbia, Wharton e Stanford, entre outras universidades renomadas mundo afora. Muitos desses programas oferecem aulas em formato híbrido. Isso possibilita que parte do aprendizado seja adquirido à distância, reservando os períodos de férias ou sabáticos para a experiência presencial no campus – o que, além do aprendizado técnico, gera uma vivência intensa de networking profissionais de diferentes partes do mundo.

Em entrevistas, já ouvi candidatos mencionarem que esse tipo de vivência ajudou não só na qualificação, mas também na forma como foram percebidos assim que retornaram ao mercado. A percepção é de que foram reconhecidos como profissionais mais preparados, com repertório ampliado e maior poder de escolha. E vejo a maior parte das empresas valorizando demais quem inclui no currículo cursos com temas relevantes, realizados em instituições de ensino renomadas.

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Entre executivos C-Level, também tem sido comum usar esse tempo para se preparar para atuação em conselhos, principalmente quando o foco são empresas internacionais. Muitos desses profissionais participaram de cursos de formação de chair e conselheiros em instituições fora do Brasil. Também investiram tempo em vivências em hubs estratégicos, como o Vale do Silício ou a China. Em ambos os casos, a ideia é ampliar a visão em temas como inovação, governança, ESG ou transformação digital. Buscam, ainda, agregar uma perspectiva mais global para suas próximas movimentações.

Momento também é de autocuidado

Claro que nem todo minissabático é usado para estudar ou viajar. Há quem precise parar para cuidar da própria saúde, da família ou apenas para descansar. E tudo bem. O ponto é saber como explicar esse período de pausa no momento da entrevista de emprego. O intervalo não precisa ser “vendido” como uma fase superprodutiva – mas deve ser explicado com clareza, intenção e maturidade. O que se buscou naquele período? O que se aprendeu? Que novas referências ou insights foram trazidos dali? A narrativa conta e muito nos processos seletivos.

Quem consegue transmitir essas informações com verdade e clareza transparece consistência, algo muito valorizado por recrutadores. E, ao contrário do que se imagina, não é incomum que pausas bem aproveitadas virem tema central de uma conversa de entrevista – e até elemento que diferencia o candidato de maneira bastante positiva.

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Aliás, há também os que usam esse tempo para testar uma transição de carreira de forma controlada. Já entrevistei profissionais que, nesse intervalo, montaram um projeto, iniciaram um negócio ou fizeram mentorias para validar hipóteses. Mesmo quando a iniciativa não vira algo definitivo, o aprendizado costuma ser profundo – e o profissional volta ao mercado com mais clareza sobre seus limites, seus interesses e novas possibilidades.

No fim das contas, minissabáticos bem estruturados deixam de ser vistos como lacunas e passam a ser tratados como movimentos conscientes de quem assume o protagonismo da própria trajetória profissional. Se você está revisando seu plano de carreira ou se preparando para uma transição, vale considerar essa possibilidade. Não como uma pausa aleatória, mas como um intervalo estratégico, com objetivo, começo, meio e fim.

Um tempo para parar e repensar caminhos sempre será útil, na vida pessoal ou profissional. Porque, às vezes, pausar é o que nos permite avançar com mais direção.

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