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Paulo Campos

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É mestre em psicologia da educação, professor na Fundação Dom Cabral e autor do livro "A estreia do líder: os primeiros passos na trilha da liderança".
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“O Método de Stutz”: insights do documentário para a liderança

Disponível na Netflix, obra fala sobre o trabalho do psiquiatra americano Phil Stutz – e dá dicas valiosas sobre inteligência emocional.

Por Paulo Campos, colunista da Você RH
14 out 2024, 15h00
Imagem do Phil Stutz um dos psiquiatras mais aclamados do mundo.
 (Netflix/Divulgação)
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O psiquiatra americano Phil Stutz desenvolveu um método para ajudar seus pacientes a lidarem com suas emoções – e você pode experimentá-lo ao assistir o documentário O Método de Stutz (2022), dirigido por Johan Hill e disponível na Netflix.

A obra mostra como desconfortos emocionais podem levar ao desenvolvimento pessoal quando abordados de maneira prática e proativa. Essa abordagem é crucial para o sucesso no mundo corporativo – e especialmente relevante para líderes que buscam aprimorar seu autoconhecimento e suas relações.

Vamos, então, aos pilares do método de Stutz.

Os três pilares do método

O método de Stutz se baseia na ideia de que o crescimento pessoal e a superação de bloqueios não dependem exclusivamente de uma análise profunda e demorada. Em vez disso, Stutz incentiva a ação contínua e proativa, mesmo quando o indivíduo não se sente pronto. 

Para ele, esperar pela clareza ideal é um caminho para a paralisia. Por isso, Stutz orienta seus pacientes a darem pequenos passos em direção ao seu objetivo, mesmo que a ação não pareça totalmente acertada ou oportuna.

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Essa atitude é fundamental para os líderes e aparece, inclusive, em teorias modernas de liderança, como as de Ronald Heifetz e Marty Linsky. Eles defendem a liderança adaptativa: afirmam que os gestores devem estar preparados para tomar decisões em meio à incerteza, sem o controle total das variáveis.

Isso funciona: um estudo divulgado pela Harvard Business Review em 2020, por exemplo, mostra que, em ambientes incertos, líderes eficazes tendem a tomar decisões rápidas, baseadas em informações parciais, e se adaptam conforme novos dados surgem.

O segundo pilar do método são os relacionamentos interpessoais. Stutz acredita que relações profundas e significativas são essenciais para a saúde mental – e defende que devemos cultivar conexões de maneira intencional.

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Essa abordagem combina com a obra de Daniel Goleman sobre inteligência emocional. O jornalista afirma que a habilidade de criar e nutrir relações é uma das mais importantes para os líderes. Ele também argumenta que a empatia e a habilidade de gerenciar emoções alheias são essenciais para criar um ambiente de trabalho produtivo.

Um estudo conduzido pela MIT Sloan Management Review, inclusive, demonstrou que líderes que promovem um ambiente de confiança e apoio emocional são mais capazes de fomentar a colaboração e a inovação. 

O terceiro pilar do método é o autoconhecimento, fundamental para a liderança. Bill George argumenta que os líderes mais eficazes conhecem profundamente a si mesmos e inspiram suas equipes a reconhecerem suas próprias imperfeições, o que cria uma cultura marcada pelo diálogo e pela honestidade.

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Brené Brown também defende que a coragem de ser vulnerável é subestimada, mas crucial para líderes de sucesso. A pesquisadora argumenta que os líderes que admitem suas dúvidas e seus desafios pessoais criam um espaço seguro para que suas equipes também sejam mais autênticas. Isso, por sua vez, fortalece a coesão do time e melhora seu desempenho.

Outros aspectos

Stutz procura ensinar seus pacientes que o sofrimento faz parte do processo – e que aprender a gerenciá-lo é essencial para o desenvolvimento. Essa ideia teambém aparece na pesquisa de Carol Dweck sobre o mindset de crescimento. Segundo a psicóloga, líderes com essa mentalidade – ou seja, que enxergam erros como uma oportunidade de aprendizado – tendem a ser mais bem-sucedidos em superar adversidades e liderar suas equipes.

Outro conceito que aparece no documentário é o foco no presente. Stutz sugere que devemos nos concentrar nas decisões que podemos tomar hoje, em vez de nos prendermos a arrependimentos e preocupações com o futuro. Essa atitude também é importante para os líderes. O professor americano John Kotter, por exemplo, reforça a importância de tomar ações rápidas e decisivas para que as organizações possam se adaptar em tempos de constante mudança.

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Em suma, O Método de Stutz (2022) oferece uma série de insights sobre como o desconforto emocional, quando enfrentado diretamente e com as ferramentas certas, pode ser transformado em crescimento.

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