Treinamento que envolve ações sociais é um laboratório de empatia para líderes
Trabalho voluntário, projetos filantrópicos, apoio a minorias... Incluir essas práticas na formação de lideranças é criar os gestores que o futuro demanda.
A formação de líderes está passando por um momento de mudança nada fácil. Envolve entender de geração Z, tragédias climáticas, longevidade crescente dos colaboradores, escolha entre os modelos remoto, híbrido e presencial, preocupação com o bem-estar psicológico.
Sendo assim, mais do que treinamentos formais, o conceito ESG (Environmental, Social, Governance) aponta para uma ferramenta ainda subutilizada: as vivências sociais. Experiências como voluntariado corporativo, projetos filantrópicos e iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) desenvolvem habilidades essenciais para os líderes de hoje e geram impactos tangíveis para as empresas.
Esse engajamento social vai além da boa vontade. Ele materializa valores corporativos em práticas que envolvem colaboradores, comunidades e a organização.
Treinamentos formais não reproduzem essa complexidade de sentir a dor do outro, ter resiliência, adaptabilidade e trabalho em equipe. Já projetos sociais exigem que os colaboradores lidem com recursos limitados e interajam com pessoas de diferentes origens, em contextos que se tornam verdadeiros “laboratórios de empatia”.
Imagine um colaborador em um projeto de educação em uma comunidade vulnerável. Ele não apenas doa seu tempo, mas também aprende a ver o mundo a partir de outra perspectiva, resolvendo problemas com recursos escassos e mediando conflitos.
Impacto no clima e na cultura organizacional
Empresas que incentivam ações sociais ainda promovem coesão e engajamento. Colaboradores que rompem suas “bolhas” se veem como parte de algo maior, gerando um forte senso de pertencimento que transcende metas corporativas. Isso impacta a motivação e fidelidade, criando um propósito que consolida a cultura organizacional. Ao vivenciarem os valores corporativos, os colaboradores transformam o discurso em prática. Assim, organizações que priorizam a agenda ESG não apenas formam líderes melhores, mas também criam uma cultura genuína e inspiradora.
ESG e o futuro da liderança
Promover o engajamento social é mais do que formar líderes; é “materializar” a agenda ESG. Líderes que praticam o exemplo, como CEOs que se envolvem diretamente em ações sociais, inspiram toda a organização a adotar posturas mais empáticas e colaborativas. Esse engajamento cria uma cultura sólida e prepara gestores para os desafios complexos do mundo atual. Desde programas de estagiários até o desenvolvimento de líderes estratégicos, essas vivências devem fazer parte da jornada de liderança.
*Marcelo Nonohay é sócio fundador e diretor executivo da MGN – empresa de desenvolvimento de projetos de transformação social.