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Práticas ESG não são integradas à formação de jovens talentos no Brasil

Pesquisa do Espro apontou também que, para 60% dos executivos, suas empresas não praticam ações ligadas aos pilares ambiental, social e de governança.

Por Alexandre Carvalho
28 out 2024, 15h30
Ilustração de um menino pensativo de camisa e gravata sentado perto de estantes na biblioteca
 (Malte Mueller/Getty Images)
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Quais são os principais objetivos na contratação de jovens aprendizes pelas empresas? Num mundo ideal, o investimento na formação profissional e a contribuição para a inclusão social. Contudo, a integração dos programas de aprendizagem às agendas de ESG continua sendo pouco executada e percebida pelo mercado como uma oportunidade para impulsionar o pilar social dessas políticas. É o que mostra um novo levantamento do Espro (Ensino Social Profissionalizante), entidade sem fins lucrativos que há 45 anos capacita e insere jovens no mundo do trabalho.

Realizada durante os meses de abril e maio, a “Pesquisa Satisfação Empresas 2024” convidou 671 executivos de companhias de todo o Brasil a apontar os motivos do recrutamento de aprendizes por suas empresas, entre cinco opções com possibilidade de múltipla escolha.

O tópico “Investir na formação profissional e contribuir com a inclusão social de jovens” obteve 72% de indicações. “Cumprir a cota e, se possível, aproveitar para contratá-los posteriormente como colaboradores” ficou em segundo lugar, com 60%; em seguida, ficaram “Fazer parte do programa de responsabilidade social da empresa” (46%) e “Cumprir a cota obrigatória da legislação vigente” (29%). “Fazer parte das ações de ESG da empresa”, no entanto, teve apenas 22% de seleções.

O lado cheio do copo? Mesmo com o menor índice de lembrança, a conexão entre aprendizagem e ESG cresceu 7% em relação à edição de 2023 da mesma pesquisa. Porém… também aumentou ligeiramente (de 26% para 29%) a opinião de que as empresas utilizam a aprendizagem simplesmente para atender à determinação legal – de que os empreendimentos com mais de sete colaboradores registrados devem destinar de 5% a 15% de suas vagas a jovens de 14 a 24 anos de idade encaminhados por instituições habilitadas de ensino profissionalizante.

“A aprendizagem educa, transforma e inclui jovens vindos em sua maioria de situações de vulnerabilidade social. São pessoas com uma vontade enorme de aprender e que trazem às empresas e marcas visões que elas normalmente não teriam, apoiando a inovação e garantindo a sustentabilidade dos negócios”, afirma Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro. “Promover a inclusão produtiva qualificada desses jovens também contribui para a redução das desigualdades. É importante difundirmos essa conexão entre recrutadores, gestores e lideranças das organizações.”

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ESG no radar de 63% dos executivos

Convidados a opinar numa escala de 1 a 10 sobre o quão importante acreditam ser as práticas de ESG para suas empresas, 56% dos respondentes deram nota 10, enquanto 16% atribuíram nota 9.

Além dos 40% de participantes que declararam que suas empresas já implementam ações de ESG, 31% não souberam responder se as organizações já consideraram fazê-lo; 23% apontaram que elas já cogitaram implementá-las, mas ainda não o fazem; e apenas 7% disseram que o ESG ainda não foi considerado por suas empresas.

Sobre os potenciais benefícios das iniciativas de ESG para suas empresas, entre 14 opções com possibilidade de escolha múltipla, as opções mais indicadas pelos executivos foram “Causar impactos positivos na comunidade, sociedade e/ou meio ambiente” (53%); “Melhoria da inovação e gestão” e “Promover proteção ambiental” (ambas com 41%); e “Aumento da produtividade e engajamento dos funcionários” e “Maior transparência” (ambas com 39%).

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As opções menos assinaladas foram “Atrair investimentos” (23%) e “Redução de custos operacionais” (21%).

Embora 60% dos executivos tenham informado que as suas empresas ainda não praticam ações de ESG, ou não saibam se elas já o fazem, 71% afirmaram que elas têm uma política de Responsabilidade Social Corporativa. Apenas 11% apontaram a inexistência dessa agenda em suas organizações, e 18% disseram não saber. Sete em cada dez entrevistados afirmaram que as suas empresas patrocinam iniciativas/projetos de responsabilidade social; 22% não souberam avaliar; 5% apontaram que não existe interesse nisso; e 4% afirmaram que suas empresas ainda não realizam apoios desse tipo, mas têm interesse.

A “Pesquisa Satisfação Empresas” é realizada anualmente pelo Espro a fim de obter avaliações das organizações parceiras sobre os jovens aprendizes contratados e a qualidade do atendimento pela entidade, apoiando a elaboração de planos de ações personalizados e o aprimoramento dos serviços.

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