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CFOs do futuro combinam IA, ESG e visão macro

Com salários de até R$ 8 milhões, o diretor financeiro moderno assume o protagonismo como agente de transformação econômica nas empresas.

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 2 jun 2025, 09h37 - Publicado em 1 jun 2025, 19h14
Ilustração de um homem cercado por flechas simbolizando diferentes caminhos e escolhas.
 (Westend61/Getty Images)
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Por muito tempo, o Chief Financial Officer (CFO), o então conhecido diretor financeiro, era o guardião silencioso dos balanços, aquele que fechava as contas e dominava as planilhas. Mas esse personagem mudou, e muito. “Hoje, o CFO moderno está mais para estrategista econômico do que para contador sofisticado. Ele é a mente por trás das decisões que movem bilhões, o intérprete de crises globais e, cada vez mais, o protagonista da transformação nas empresas”, explica Alysson Guimarães, CEO da LeverPro, empresa brasileira especializada em soluções de planejamento e análise financeira (FP&A) para médias e grandes empresas.

Segundo ele, a mudança foi impulsionada principalmente pela incorporação de tecnologias avançadas nas finanças corporativas, o que tem se tornado um diferencial competitivo. Segundo o último relatório da McKinsey (2024), empresas que contam com CFOs digitalmente capacitados apresentam um EBITDA 15% superior à média de seus setores. Esse ganho de eficiência decorre principalmente da adoção de ferramentas como inteligência artificial para previsão de fluxo de caixa (utilizada por 72% dos CFOs de grandes corporações) e blockchain para gestão de riscos (35% das empresas do Ibovespa já implementaram).

Cada vez mais estratégico

Outro aspecto que colocou os CFOs na linha de frente foi a tempestade macroeconômica dos últimos anos, com juros flutuantes, inflação persistente e volatilidade cambial. De acordo com a Economatica, 68% das empresas listadas na B3 revisaram suas estratégias de hedge cambial nos últimos 12 meses. Algumas foram além. A Lojas Renner, por exemplo, reduziu em 40% sua exposição ao dólar com uma manobra liderada diretamente pelo time financeiro.

“E o mercado de capitais reconhece quem lidera a inovação. Um estudo do Itaú mostra que empresas com CFOs considerados ‘inovadores’ captam a juros até 1,5 ponto percentual abaixo da concorrência”, exemplifica o CEO da LeverPro.

Essa lógica tem implicações profundas. O Credit Suisse estima que empresas com CFOs estratégicos são avaliadas em até 20% a mais pelo mercado. A Weg ilustra bem essa tese: após reformular sua diretoria financeira, viu seu valor de mercado crescer 35% em apenas 18 meses, em pleno ciclo de retração do Ibovespa.

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A valorização acompanha o impacto. A consultoria Mercer aponta que a remuneração média dos CFOs das 100 maiores empresas brasileiras chegou a R$ 4,2 milhões anuais em 2024. Segundo estudo da McKinsey, diretores financeiros com domínio de IA e blockchain impulsionam resultados; salários chegam a R$ 8 mi/ano, como nas fintechs e bancos digitais, e os profissionais com certificações como o CFA (Chartered Financial Analyst) chegam a ganhar até 35% a mais.

Profissional agora vem de outras áreas

Para Alysson Guimarães, não é só o salário que mudou. O perfil também se transformou. De acordo com a Russell Reynolds, 62% dos CFOs das 500 maiores empresas brasileiras vieram de áreas fora das finanças, como tecnologia e operações. E 45% possuem MBAs internacionais. Habilidades como programação em Python e domínio de ferramentas como Power BI viraram pré-requisitos. “O CFO moderno deixou de ser um contador sofisticado para se tornar o arquiteto da criação de valor na empresa. Seus conhecimentos em finanças comportamentais, modelagem econômica e gestão de ativos intangíveis são tão importantes quanto o domínio técnico dos relatórios contábeis. E, mais recentemente, o domínio da tecnologia.”

Na Ambev, por exemplo, o CFO implementou um sistema de inteligência artificial que reduziu em 30% o impacto inflacionário nos custos operacionais.

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“As principais competências do CFO moderno incluem visão estratégica, fluência tecnológica, capacidade de tomar decisões baseadas em dados e um forte compromisso com práticas ESG”, diz Alysson, que possui também um canal com 70 mil seguidores nas redes sociais e disponibiliza nele o “Manual do CFO”, que ajuda profissionais que buscam se adaptar a esta nova realidade.

A frase que melhor sintetiza esta transformação talvez seja a do próprio Alysson Guimarães: “O CFO do futuro não pergunta ‘Quanto gastamos?’, mas ‘Como esse investimento transforma nosso negócio e o mundo?’. Com a convergência entre tecnologia, sustentabilidade e estratégia, a função de diretor financeiro redefine seu papel e importância no cenário corporativo contemporâneo.”

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