A Cisco é a campeã mais conhecida do teletrabalho
A maioria das reuniões na empresa é por telepresença ou webconferência. Há liberdade para trabalhar de qualquer lugar a qualquer hora, desde que sejam entregues os resultados
São Paulo (SP) – A tecnologia afasta ou aproxima as pessoas? Para os funcionários da Cisco, líder em produtos e serviços para rede de computadores, a interação virtual pode ser mais eficiente do que a presencial.
Altamente identificados com a cultura de home office — na empresa há mais pessoas do que estações de trabalho —, eles fazem reuniões semanais de alinhamento, trimestrais de acompanhamento dos resultados, semestrais para avaliar e revisar desempenho e anuais para balanço do período fiscal e formalização de metas, estratégias e valores.
A maioria por telepresença ou webconferência. Todos recebem smartphone e notebook equipado com câmera, ramal telefônico e programa corporativo de mensagens instantâneas. A liberdade para trabalhar de qualquer lugar a qualquer hora, desde que sejam cumpridas as tarefas, produz efeitos bons e ruins.
“Eu me sinto dono do meu próprio negócio”, diz um profissional, elogiando a autonomia que a companhia oferece. “Mas, se você não administra bem o tempo, perde em qualidade de vida e, quando vê, já está trabalhando no fim de semana”, afirma outro. Esse efeito colateral foi decisivo para que a Cisco colocasse como meta para 2011 a oferta de ações que ajudassem seu time a ter mais equilíbrio.
Para isso, ela passou a incentivar na intranet a troca de informações sobre práticas esportivas e a organizar eventos nessa área, como passeios noturnos de bicicleta, além de reembolsar mensalmente os gastos com qualquer atividade física regular. Outro ponto de destaque no ano passado foi a criação de um programa de tuition, verba anual oferecida pela empresa e acordada com a chefia de 7.500 a 10.000 dólares, que pode ser destinada a cursos de pós-graduação ou mestrado.
O incentivo à educação veio a calhar. Em 2011, o Brasil foi escolhido pela Cisco global como um dos três mercados prioritários para receber investimentos nos próximos quatro anos e desenvolver soluções locais nas áreas de saúde, segurança, educação e desenvolvimento urbano. Portanto, inclusive em termos de capacitação, o cenário vai exigir mais das pessoas, que já dizem sentir o peso do excesso de trabalho.
PONTO(S) POSITIVO(S) | PONTO(S) A MELHORAR |
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