Geração de empregos sofrerá leve desaceleração no segundo semestre, indica estudo
O impacto será mais significativo em setores que demandam maior uso de crédito, diz IntelliGente Consult. Serviços segue na liderança, com 60% a 70% das vagas.

A geração de empregos neste segundo semestre de 2025 deve desacelerar timidamente em todo o país. É o que indica um estudo de mercado realizado pela IntelliGente Consult. Segundo Fernanda Toledo, CEO da empresa, o impacto será mais significativo em setores que demandam maior uso de crédito. “Os investimentos, que incluem contratações de mão de obra, devem ser refreados pela alta taxa de juros”, explica.
Na liderança, se mantém o setor de Serviços, com 60% a 70% das vagas de trabalho, “graças ao consumo aquecido e à demanda por tecnologia e educação”. Entre os perfis profissionais em alta estão as áreas de TI, saúde, engenharia e finanças.
Nos primeiros cinco meses do ano, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) registrou mais de 1 milhão de novos empregos com carteira assinada, listando Serviços, Indústria e Construção Civil no topo do ranking de novas vagas preenchidas. Em abril e maio, especificamente, a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, indicou uma taxa de desemprego de 6,1%, o nível mais baixo desde 2012. Porém, “não se espera a continuidade de uma performance tão positiva no segundo semestre”, reitera Aline Oliveira, diretora da IntelliGente Consult.
Ainda assim, segundo as executivas, é possível elencar os setores com maior expansão de empregos neste semestre. Depois de Serviços, vem a Indústria com saldo positivo de 20%, puxado pelas produtoras de alimentos, metalúrgicas e automotivas. Construção Civil deve manter o ritmo de +5%, graças a investimentos público e privado em obras. Agropecuária e Comércio devem ter evolução moderada, porém constante.
O levantamento também destaca as principais vagas nos vários setores da economia. Na lista, figuram técnicos e operários; profissionais de TI e de saúde; e colaboradores na área de administração e obras, incluindo engenheiros mecânico e civil, além de mestre de obras e pedreiros.
Programas de inclusão também devem ampliar a oferta de trabalho. “Apesar da perspectiva otimista em geração de vagas [voltadas à diversidade], é importante observar que qualificação e networking local são muito importantes na conquista do emprego”, afirma Fernanda.