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Wellness Washing: seu programa de bem-estar está mesmo cuidando de pessoas?

Quando a empresa mascara problemas, a lógica do zelo se inverte. Descubra sinais que ajudam a liderança identificar práticas que contrariam ações de saúde.

Por Lucas Franco Freire, em colaboração especial para a Você RH*
12 nov 2025, 14h00
Pessoas em uma sala fazendo exercícios, alongando o corpo.
 (Anupam Mahapatra / Unsplash/Reprodução)
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Empresas de alta performance sabem que saúde mental não é um benefício, mas sim estratégia de sustentabilidade do negócio. Porém, vivemos hoje na era da exaustão performática, onde até o descanso precisa ser produtivo, otimizado, instagramável. Nesse cenário, cresce um fenômeno corporativo tão bem-intencionado quanto arriscado: o Wellness Washing.

A prática ganha força quando a organização fala em bem-estar, mas incentiva o adoecimento e entra em ação no momento em que o cuidado vira cobrança. Ela aparece quando o funcionário se sente esgotado apesar de todos os programas de autocuidado oferecidos. A verdade é que essas iniciativas, muitas vezes, não resolvem problemas estruturais do negócio, como a recorrência de horas-extras, metas inalcançáveis e mensagens fora do expediente.

Nessa situação, a lógica do cuidado acaba invertida e o colaborador passa a sentir que a culpa por estar mal é dele mesmo, pois “não usou direito o momento de meditação ou ioga”, “não aproveitou a sala de descontração” e “não foi resiliente o bastante”. É preciso entender que gamificação não substitui salário justo, sala de jogos não compensa a falta de progressão de carreira e mesa de pebolim não cura burnout.

Se você é gestor ou líder e desconfia que as iniciativas de bem-estar da sua empresa podem estar funcionando mais como maquiagem do que como cuidado real, vale acender o alerta. A seguir, compartilho sinais importantes para reconhecer quando o Wellness Washing está se instalando e agir antes que ele consuma sua equipe e a própria cultura organizacional.

  • Distância entre discurso e prática: A empresa fala de equilíbrio, mas pune quem se desliga às 18h, afirma que se importa com saúde, mas acha ruim que os funcionários precisem de atestado médico, promovem o “Dia do Descanso”, mas pedem para que trabalhem igual sem registrar horas. Tudo isso representa o teatro do bem-estar, o Wellness Washing.
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  • Observe onde colocam a responsabilidade: Se toda solução para o esgotamento recai sobre o indivíduo e se repetem frases como “faça mais terapia”, “gerencie melhor seu tempo”, “seja mais resiliente”, enquanto as estruturas adoecedoras permanecem intocadas, também é Wellness Washing.
  • Avalie as métricas consideradas: A produtividade é a única métrica que a empresa considera para valorizar os funcionários e conceder promoções enquanto o bem-estar aparece apenas como discurso de LinkedIn? Wellness Washing.
  • Sensação de gratidão compulsória: O seu colaborador se sente culpado por estar exausto, apesar de todos os programas de bem-estar que a empresa oferece? Cuidado, esses momentos de descompressão parecem não compensar uma rotina marcada por cobranças absurdas e posicionamentos tóxicos.
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  • Repare nas contradições: Se a empresa tem uma política de “férias ilimitadas”, mas ninguém aproveita porque têm medo; se tem uma “sexta-feira de verão”, mas as caixas de e-mail explodem no sábado de manhã; ou uma “cultura de feedback“, mas as conversas só acontecem quando o time erra… Bem, você já sabe: Wellness Washing.

O caminho para mudar o jogo

Mudar essa lógica exige coragem: mexer em estruturas, rever métricas, treinar lideranças, assumir que há problemas. Sim, isso desafia modelos tradicionais. Mas os dados mostram que empresas que fazem isso retêm talentos, reduzem afastamentos, aumentam engajamento, fortalecem a reputação ESG e melhoram resultados de longo prazo. Lembre-se sempre: bem-estar real é arquitetura organizacional, e não decoração corporativa.

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      *Lucas Franco Freire é psicólogo do trabalho especializado em Ciência do Play.

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