As 4 práticas que combatem a produtividade tóxica
Profissionais listam as iniciativas que combatem a cultura do excesso de trabalho
Para o consultor londrino de liderança e negócios Greg McKeown, autor do livro Essencialismo: A Disciplinada Busca por Menos (Sextante, 36 reais), o mais importante na produtividade é pensar em fazer melhor, não em fazer mais.
Há uma lógica nessa afirmação: o excesso de tarefas e a ausência de limites prejudicam a carreira e a vida. Isso quer dizer que, quanto mais horas extras cumpridas, mais sobrecarga, menor constância, piores resultados e, claro, menos saúde.
Na reportagem sobre produtividade tóxica da edição 77 de VOCÊ RH, especialistas listaram quatro práticas que combatem o problema:
Líderes como exemplo
“A liderança é responsável por definir o tom e os limites da empresa”, diz Anne Helen Petersen, autora do livro Não Aguento Mais Não Aguentar Mais (HarperCollins Brasil). Segundo ela, é essencial que a iniciativa de acabar com a produtividade tóxica venha da alta gestão e siga para os demais níveis. “Líderes que são bons exemplos e que enaltecem comportamentos saudáveis ajudam os funcionários a trabalhar de forma mais equilibrada”, diz Rafael Souto, presidente da Produtive. “Mas o que acontece, muitas vezes, é valorizarem a atuação de quem trabalha 20 horas, não tira férias ou faz reuniões nos fins de semana.”
Comunicação transparente
Não adianta apenas ter bons projetos. É preciso saber comunicar e demonstrar, com transparência e simplicidade, em quais valores e comportamentos a empresa acredita. “O RH deve se questionar se as pessoas, de fato, estão entendendo as ações da forma que a empresa quer e espera”, diz a jornalista Izabella Camargo, especialista em saúde mental. Alguns pontos podem ajudar nesse processo, como a elaboração de um guia de boas práticas e a criação de estratégias para que os funcionários não acessem equipamentos ou ambientes corporativos nos fins de semana e depois de determinado horário.
Revisão de processos
É preciso realizar uma revisão geral de processos para identificar desperdícios e sobrecargas. “Trata-se de entender quem está fazendo o que, quais são as demandas e entregas esperadas”, afirma Izabella. “De maneira geral, os líderes sabem quem está sobrecarregado.” Além disso, é importante fazer a gestão de talentos de forma estruturada, revisando cargos e demandas. “O RH precisa realizar um diagnóstico para descobrir se cada profissional ocupa o cargo certo, pois uma pessoa pode adoecer por estar na função errada”, diz.
Programas estruturados
As ações da empresa precisam refletir sua cultura e os comportamentos que ela valoriza. “Não adianta apenas promover uma palestra, por exemplo, sem que os ensinamentos abordados estejam no dia a dia corporativo”, afirma Bianca Vilela, especialista em saúde no trabalho e autora de Respire: Sua Jornada Diária para Alcançar a Máxima Performance (Bridge3, 49,90 reais). Ela recomenda criar programas estruturados de saúde que englobem ginástica funcional durante a jornada de trabalho, sistema de pausas, reuniões mais assertivas e com menor duração, inclusão de subsídio para atividade física e estímulo e orientação para uma alimentação saudável.
Este trecho faz parte da edição 77 da VOCÊ RH (dezembro/janeiro).