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Apenas 12% dos profissionais desejam ocupar cargos de liderança

Maioria busca obter salários maiores sem mudar de cargo nem assumir novas responsabilidades, segundo levantamento da Futuros Possíveis.

Por Izabel Duva Rapoport
Atualizado em 14 ago 2025, 17h41 - Publicado em 14 ago 2025, 17h34
Três homens e duas mulheres em miniatura diante de uma escada e um palco.
 (hamzaturkkol/Getty Images)
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97% dos profissionais brasileiros se consideram habilitados para o futuro do mercado de trabalho – um salto de 10% em relação ao ano passado. No entanto, a maioria também rejeita o modelo tradicional de desenvolvimento, baseado em hierarquia rígida: só 12% desejam ocupar posições de chefia.

É o que mostrou um estudo realizado pela empresa de inteligência Futuros Possíveis, com apoio da TOTVS e do Instituto da Oportunidade Social (IOS), que ouviu duas mil pessoas entre abril e maio deste ano.

O paradoxo se manifesta em números contundentes: 74% estão empregados formalmente, mas 50% querem mudar de trabalho ainda este ano. “Não estamos diante de uma crise de empregabilidade, mas de uma revolução de expectativas”, defende Angelica Mari, CEO e cofundadora da Futuros Possíveis.

Outro dado que sinaliza a rejeição à liderança é o fato de que 23% dos profissionais preferem empreender do que virar gestores. Entre as aspirações para os próximos dois anos, 28% buscam salário maior no mesmo cargo sem assumir novas responsabilidades, 24% querem melhores benefícios e 16% almejam trabalhar menos horas.

“Isso sinaliza uma busca por autonomia em vez de autoridade – e por impacto em vez de um cargo no topo da pirâmide”, afirma Angelica. “Talvez o sonho atual não seja mais subir a escada corporativa, mas construir pontes entre ambições pessoais e contribuições profissionais mais significativas.”

Longas jornadas: o maior vilão

Segundo os responsáveis pelo estudo, a insatisfação ao modelo tradicional fica evidente quando 63% apontam que as longas jornadas são o principal problema para o bem-estar do trabalhador. Na sequência, 46% criticam a competição excessiva entre colegas e 37% o acionamento fora do expediente comercial.

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“Os brasileiros querem ser mais produtivos em menos tempo”, observa Marcelo Gripa, cofundador da Futuros Possíveis. “É uma recalibração que desafia décadas de cultura organizacional focada na presença, não na performance.”

Embora 57% dos profissionais afirmem que estão satisfeitos com o trabalho atual, a intenção comum de encontrar outro emprego indica que a satisfação já não é mais suficiente. “Temos uma força profissional que não aceita mais a mediocridade como norma e está redefinindo os parâmetros do que considera um bom trabalho”, conclui o especialista.

As diferenças geracionais também são marcantes em relação às expectativas para o futuro. 60% dos jovens de até 24 anos querem mudar de ocupação, enquanto apenas 46% dos profissionais acima de 40 anos desejam o mesmo. 36% dos profissionais entre 25 e 29 anos buscam salários mais altos no mesmo cargo (uma taxa acima da média de 26% para este indicador), enquanto 36% dos profissionais mais de 50 anos valorizam a autonomia em detrimento ao crescimento na carreira.

“As empresas precisam abrir suas portas para a juventude, oferecendo oportunidades reais de aprendizado e crescimento”, defende Vivian Broge, vice-presidente de Relações Humanas e Marketing da TOTVS e presidente do Instituto da Oportunidade Social (IOS). “Além de promover justiça social, essa abertura favorece a cultura da inovação.”

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Tecnologia como aliada

O estudo também mostrou que 68% dos profissionais não veem a tecnologia como uma ameaça aos seus empregos – e que se preparar para desafios do mercado de trabalho se tornou uma prioridade para 90% dos entrevistados. Entre as habilidades mais importantes para se adquirir frente ao avanço da inteligência artificial, destacam-se o conhecimento técnico sobre novas tecnologias (45%); a disposição para aprender continuamente (44%); e a capacidade analítica e a criatividade (44%).

A edição atual da pesquisa também identificou uma mudança de percepção em relação à responsabilidade de atualização profissional. 36% acreditam que isso cabe exclusivamente ao profissional, um salto significativo em relação aos 23% registrados em 2024. Metade dos entrevistados, porém, defendem que a responsabilidade deve ser compartilhada entre empregados e empregadores.

“É preciso que as organizações criem ambientes que incentivem o aprendizado, apoiando seus colaboradores frente aos desafios do futuro”, avalia Fernando Sollak, diretor Corporativo de Relações Humanas da TOTVS.

Saúde mental: um direito básico

47% dos participantes do estudo já tiveram a saúde mental impactada por questões de identidade no trabalho – seja por gênero, cor da pele, corpo, origem ou modo de viver. Além disso, 24% dos jovens relatam sentir pouca escuta ou empatia no escritório.

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“Quando quase metade da força de trabalho tem sua saúde mental comprometida por não ser aceita como é, estamos diante de uma violação sistemática dos direitos humanos mais básicos”, alerta Andreza Maia, especialista em inovação inclusiva e cofundadora da Futuros Possíveis. “Isso transforma diversidade e inclusão de valores corporativos em questões urgentes de saúde pública. Não é mais sustentável separar bem-estar pessoal de produtividade profissional.”

Para evitar esses problemas, 49% dos trabalhadores priorizam equilíbrio entre vida pessoal e profissional, 44% gostariam de acesso facilitado a apoio psicológico e 45% pedem treinamentos regulares para lideranças sobre o tema.

A visão para o futuro também reflete essa busca por qualidade de vida. Para o trabalho remoto, 41% defendem flexibilidade total de horários, enquanto 35% querem limites claros entre expediente e descanso. Dos benefícios mais valorizados, horário flexível aparece em terceiro lugar (29%), atrás de necessidades básicas como plano de saúde (41%) e vale-alimentação (30%).

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