Como profissionais podem lidar com os próprios erros no trabalho
A primeira reação costuma ser a autocobrança excessiva ou o medo de ser julgado, mas é possível transformar as falhas em oportunidade de crescimento. Entenda.

Até mesmo quem busca o perfeccionismo acaba passando por alguma apreensão ao perceber que cometeu um erro no trabalho. A primeira reação, muitas vezes, é a autocobrança excessiva ou o medo de ser julgado. Porém, em vez de encarar esses momentos como fracassos, especialistas orientam vê-los como parte do desenvolvimento profissional.
“Algumas empresas ainda cultivam culturas punitivas que transformam erros em tabus. Isso cria ambientes de medo, onde os colaboradores deixam de inovar por receio de falhar”, ressalta Andréa Felgueiras, gerente executiva de marketing para atração de talentos no ManpowerGroup Brasil. “É justamente no espaço entre o erro e a correção que ocorrem os maiores aprendizados”. Para a especialista, o princípio não é evitar qualquer deslize, mas saber navegar por suas consequências com maturidade.
Maturidade e construção de confiança
O primeiro passo, segundo a executiva, é respirar fundo e assumir a responsabilidade com tranquilidade e transparência, comunicando as pessoas da equipe que podem ser afetadas pelo ocorrido. “Explicar que o erro foi identificado e que a solução está sendo trabalhada demonstra maturidade profissional e constrói confiança com o time”. E tão crucial quanto reconhecer o equívoco é buscar alternativas para minimizar seus efeitos. “Nesses momentos, contar com a experiência de um mentor ou colega mais sênior pode fazer toda a diferença”, recomenda Andréa, e explica que esses profissionais podem colaborar com uma visão ampla e conhecimento técnico que permitirá identificar soluções que talvez não estivessem no radar inicial de quem errou.
Após resolver a questão, vale dedicar um tempo para reflexão. “Que lições esse episódio traz? Talvez ele aponte para a necessidade de alinhamentos mais claros, de solicitar prazos mais realistas ou de gerir melhor o tempo”, indica a gerente. “Esses insights, quando compartilhados e discutidos abertamente, beneficiam não apenas o indivíduo, mas toda a organização”, pois, para ela, quando o colaborador prioriza um olhar atento para analisar o que deu errado, em vez de impor um autojulgamento, ele pode descobrir caminhos poderosos para melhorar processos e relações de trabalho.
“Empresas tendem a valorizar profissionais que apresentam resiliência, capacidade de adaptação, transparência e uma mentalidade focada em soluções”, reforça a executiva. “Portanto, da próxima vez que algo sair diferente do planejado, pense com calma, busque soluções e siga em frente com mais confiança”.