A geração prateada está no auge da mente
O funcionamento do cérebro atinge seu pico entre os 55 e 60 anos. Isso confirma que profissionais 50+ são uma força de trabalho essencial para o futuro.
Durante décadas, nos acostumamos a acreditar que o auge da capacidade intelectual acontece na juventude. No entanto, pesquisas recentes, como a publicada na revista Intelligence e destacada pelo The Times, mostram outra realidade: o funcionamento global da mente humana atinge seu pico entre os 55 e 60 anos. Isso significa que a chamada “geração prateada” – profissionais maduros, com cabelos grisalhos e uma bagagem de experiências acumuladas – pode estar, na verdade, vivendo sua fase de maior potência cognitiva.
Essa constatação muda tudo. Se a expectativa de vida já ultrapassa os 80 ou 90 anos em muitos países, e se os marcos profissionais mais relevantes podem ser alcançados após os 50, torna-se insustentável continuar enxergando esse grupo como “descartável” ou em “declínio”. Ao contrário: trata-se de uma força de trabalho essencial para o futuro.
As vantagens dos mais experientes
No cenário atual, em que as transformações tecnológicas aceleram mudanças de carreira e exigem requalificação constante, a geração prateada carrega vantagens competitivas: inteligência cristalizada (acúmulo de conhecimento e experiência), maturidade emocional, maior capacidade de julgamento e resiliência. São habilidades que se tornam ainda mais valiosas em um mundo do trabalho global e flexível.
Não por acaso, empresas que atuam em modelo anywhere já começam a perceber que diversidade geracional é tão estratégica quanto a cultural ou a de gênero. A geração Z demanda liberdade geográfica e flexibilidade de tempo. Mas a geração prateada, quando inserida nesse mesmo modelo, contribui com estabilidade, sabedoria prática e uma visão de longo prazo. Esse encontro de gerações pode ser o motor de equipes realmente inclusivas e democráticas.
É claro que os desafios permanecem. Para se manterem relevantes, profissionais maduros precisam cultivar curiosidade permanente, investir em requalificação (do aprendizado de idiomas à adaptação tecnológica) e desenvolver ainda mais as chamadas habilidades comportamentais, como colaboração, escuta ativa e mentalidade global. Em paralelo, as empresas precisam rever preconceitos etários, enxergando que produtividade não se mede apenas em velocidade, mas em profundidade e impacto.
O futuro do trabalho, portanto, não pertence a uma única geração. Ele é híbrido, interconectado e cada vez mais inclusivo. Se soubermos aproveitar o auge da mente na maturidade, aliado à vitalidade das novas gerações, construiremos um mercado de trabalho mais justo e mais preparado para os desafios globais.
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Gustavo Sèngès é country manager na HireRight e autor do livro Global Workers: escolha seu melhor futuro.
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