Mulheres manobristas: empresa cria programa exclusivo para talentos femininos
Hoje elas representam 10% nas operações de estacionamento da Indigo Brasil. Expectativa é alcançar 30% ainda neste ano, com salários iguais aos dos homens.

Para ampliar a presença feminina no setor de estacionamentos, tradicionalmente masculino, a Indigo Brasil, especializada no ramo, desenvolveu cinco operações em shoppings, centros comerciais e hospitais, formadas só por mulheres. Além de manobristas, elas atuam em outras funções, como operadoras de pátio e caixa, supervisoras e gerentes.
A iniciativa, fruto da fusão entre a Indigo e a PareBem, tem nome: “Mulheres na Direção”, um programa corporativo que busca incluir colaboradoras no quadro de funcionários da companhia, não apenas em cargos de operações, mas também no administrativo, onde já representam 62% e 37% em posições de liderança. No operacional, elas ainda somam 10%, mas a ideia, segundo Brenda Ferrigno, diretora de RH e ESG da Indigo, é chegar aos 30% até dezembro e seguir expandindo em todas as áreas em 2026.
Apesar dos desafios enfrentados na fase inicial, como a escassez de mulheres com experiência ou disponíveis para funções operacionais, a empresa investiu. Além de lançar uma política de recrutamento dedicada integralmente à contratação de talentos femininos, o programa mantém uma busca ativa e constante por novas colaboradoras. “Também criamos um plano estratégico que leva em conta fatores como segurança, localização, ambiente acolhedor e possibilidade de desenvolvimento para que essas profissionais se sintam valorizadas,” completa.
Equidade e segurança
A remuneração, segundo a executiva, é a mesma entre homens e mulheres. “Não fazemos distinção de cargos por gênero. Elas atuam em todas as funções operacionais e têm espaço para crescer dentro da empresa”.
A cultura organizacional também virou assunto entre os colaboradores. “Nosso objetivo vai além de preencher vagas: queremos criar ambientes seguros de verdade”, afirma Brenda. “Estamos treinando líderes para lidar com temas como vieses inconscientes, assédio e inclusão”.