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O maior choque geracional da história do mercado de trabalho

Entenda os maiores desafios desse embate de valores, visões de mundo, formas de conviver e de se relacionar com a vida profissional.

Por Daniela Redondo, diretora-executiva do Instituto Coca-Cola Brasil
19 ago 2025, 10h23
Padronagem moderno de um grupo de pessoas felizes e sorridentes, de diferentes idades.
 (Oleg Lyfar/Getty Images)
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Nos meus mais de 30 anos de carreira, já vivi transformações profundas no mundo do trabalho: digitalização, novas estruturas organizacionais, trabalho remoto, novas tecnologias e diferentes arranjos de trabalho. Mas nenhuma delas me parece tão desafiadora e reveladora quanto o que estamos vivendo agora: o encontro da Geração Z com as gerações que hoje ocupam os cargos de liderança, especialmente os Millennials e a Geração X.

Para mim, esse é um dos maiores choques geracionais que o mercado já presenciou. Um embate de valores, visões de mundo, formas de trabalhar e de se relacionar com o trabalho. E, ao mesmo tempo, uma chance única de aprendizado e evolução – se estivermos dispostos a escutar de verdade e desconstruir rótulos e estereótipos.

Quem são essas gerações que dividem o mesmo escritório?

Hoje, convivem até cinco gerações no mesmo ambiente de trabalho, como aponta a Harvard Business Review (2014), mas aqui destaco as três que estão no centro dessa transição.

Geração X (1965-1980): cresceu em um mundo analógico, com estruturas hierárquicas rígidas, e construiu sua carreira com base em estabilidade e lealdade. Costuma valorizar planejamento de longo prazo, pragmatismo e comando direto.

Millennials (1981-1996): são filhos da globalização e da internet. Valorizam autonomia, propósito e flexibilidade. São mais colaborativos e menos hierárquicos, com forte orientação para impacto social e inovação.

Geração Z (1997-2012): é nativa digital, cresceu em um mundo hiperconectado, instável e acelerado. De acordo com o relatório True Gen, da McKinsey (2018), essa geração busca autenticidade radical, diversidade, saúde mental e propósito real. Esperam que o trabalho reflita quem são – e que isso aconteça agora, não daqui a dez anos.

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Onde está o atrito?

A tensão aparece quando esses códigos colidem:

  • A Gen Z quer ser ouvida desde o primeiro dia, enquanto líderes das gerações X ou Y podem interpretar isso como falta de maturidade.
  • A Z valoriza pausas, flexibilidade e saúde mental — os líderes, por outro lado, podem enxergar como falta de compromisso (Fast Company, 2022).
  • Os mais velhos acham que “precisaram pagar pedágio”; os mais jovens perguntam: por que repetir isso?

Esse estranhamento é real. E não se resolve com discursos genéricos sobre “diversidade geracional”. Ele exige mudança de mentalidade – de todos os lados.

Há mais em jogo. Como aponta o Future of Jobs Report, do World Economic Forum (2025), estamos diante de uma transformação estrutural do mundo do trabalho: novas tecnologias, maior incerteza e mudanças no próprio significado de “trabalhar”.

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A Geração Z não está apenas querendo se adaptar – ela está propondo um novo contrato com o trabalho. Um contrato que leva em conta saúde mental, propósito, segurança psicológica e liberdade de ser quem se é. Um contrato que não vê sentido em permanecer anos em um ambiente que não oferece voz, crescimento ou autenticidade.

Um convite à liderança intergeracional

E se esse “choque” for, na verdade, um convite?

Liderar hoje é equilibrar o que aprendemos com esforço com o que precisamos desaprender com coragem. É manter o que é essencial (respeito, ética, compromisso) e abrir espaço para o novo (velocidade, autenticidade, diálogo).

Segundo a Deloitte (2024), lideranças mais eficazes são aquelas capazes de construir ambientes onde diferentes gerações se sentem ouvidas e relevantes. Não se trata de “educar a geração Z” — e sim de criar um novo espaço de construção conjunta.

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Estamos prontos?

Este talvez seja nosso maior desafio como geração de liderança: não repetir o que nos incomodou nem impor o que funcionou para nós como se fosse verdade absoluta.

Estamos prontos para liderar o futuro sem repetir o passado?

Se soubermos escutar, talvez a resposta venha de forma coletiva – com mais potência do que imaginávamos.

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