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Semana de quatro dias: piloto brasileiro chega ao fim e “cumpre todas as expectativas”

Organizadores como Renata Rivetti, diretora da Reconnect, apresentaram os resultados finais, que incluem mais lucro, produtividade e bem-estar nas empresas.

Por Luisa Costa
Atualizado em 19 ago 2024, 11h56 - Publicado em 15 ago 2024, 18h34
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  • Uma mulher de cabelos compridos e brincos grandes. Há uma pilha de livros no cenário.
    Renata Rivetti, diretora da Reconnect: “Talvez eu não precise mais mensurar se o profissional está das 8 da manhã às 6 da tarde na frente do computador”. (Foto: Celso Doni/VOCÊ RH)

    O primeiro piloto brasileiro da 4 Day Week, organização que ajuda empresas a implementarem a semana de quatro dias, chegou ao fim. E com ótimos resultados. “Todas as nossas expectativas com o projeto se realizaram”, afirmou Paul Ferreira, pesquisador da FGV, no evento de encerramento que aconteceu nesta quarta (14) em São Paulo.

    Na ocasião, organizadores do projeto e representantes das empresas que participaram do piloto discutiram a experiência e apresentaram os resultados finais. Gabriela Brasil, diretora de comunicação da 4 Day Week, revelou: “Nós vimos uma diferença muito maior na saúde mental dos profissionais no Brasil [do início ao fim do piloto] do que em outros países”.

    Por aqui, 87% dos participantes afirmam que o fim de semana estendido rendeu mais energia para realizar as tarefas do escritório. 73% relataram que o sentimento de exaustão decorrente do trabalho diminuiu, e 71% sentiram mais energia para estar com família e amigos no tempo livre. (Confira abaixo uma lista de resultados selecionados pela Você RH.)

    A 4 Day Week já realizou estudos semelhantes em países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. No Brasil, 252 pessoas de 21 empresas participaram do projeto. Destas, 19 chegaram ao fim: uma companhia do Rio Grande do Sul interrompeu a experiência por conta da tragédia no estado; outra, porque trocou de diretoria durante o período.

    Entre os participantes, há empresas de rotinas e tamanhos variados. A Inspira, por exemplo, pequena empresa de tecnologia que atende o setor jurídico, sempre adotou o modelo remoto e teve reuniões semanais. Então, segundo a líder de produto e UX design Carolina Grimaldi, foi mais fácil implementar a semana de quatro dias. O resultado? “Agora, o que vemos são mais colaboradores motivados e menos colaboradores doentes.”

    Por outro lado, a editora Mol Impacto, que também é um negócio relativamente pequeno, sentiu dificuldade de encurtar a semana. Mas conseguiu. “Por orientação da 4 Day Week, começamos [o piloto] com a nossa equipe mais atribulada, que mais interage com clientes e depende de agendas externas”, explicou a CEO Roberta Faria. “Hoje, é a nossa equipe mais produtiva e organizada.”

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    Ela afirma que a Mol alcançou um nível maior de satisfação com o trabalho. E diz que a motivação principal para implementar a semana de quatro dias não é a retenção de talentos – é a melhoria na qualidade de vida dos profissionais. Mas esse acaba sendo um diferencial na hora de “competir com o CLT premium [o pacote generoso de benefícios corporativos] de grandes corporações”.

    Repensando o expediente

    Renata Rivetti, diretora da Reconnect e responsável pela iniciativa no Brasil, defendeu durante o evento de encerramento que a semana de quatro dias é, na verdade, um projeto de aumento de produtividade. “Ele tem muito mais a ver com aprimorar processos e aproveitar melhor o tempo”, afirma a executiva, “do que com transformar a quinta-feira na nova sexta”.

    Durante a fase de preparação e planejamento do piloto, entre setembro e dezembro de 2023, Renata e outros especialistas promoveram workshops e mentorias às empresas participantes. Tudo para que elas soubessem como reorganizar o fluxo de trabalho e eliminar gargalos a fim de reduzir a carga horária dos colaboradores e focar nas entregas.

    As companhias diminuíram, por exemplo, a quantidade e duração de reuniões internas e externas, tornando os encontros mais objetivos; definiram com maior precisão as atividades de cada um no escritório; reduziram o microgerenciamento; tentaram melhorar a comunicação dos gestores com seus colaboradores; e passaram a priorizar certas tarefas em detrimento de outras. Alguns participantes, como a Clementino & Teixeira Advocacia, também adotaram ferramentas de inteligência artificial para automatizar pequenas atividades mecânicas.

    A maioria das empresas conseguiu estabelecer um dia de folga em todas as semanas do piloto. Outras ofereceram folgas quinzenais ou mensais. Em média, a carga horária diminuiu para todos: passou de 42,8 horas semanais para 36,5. Esse é um bom resultado: mostra que as participantes conseguiram, de fato, aproveitar melhor o expediente, e que os quatro dias úteis não ficaram mais longos para compensar a folga.

    De qualquer forma, é um processo que leva tempo. E Paul Ferreira defende: é normal que seja assim. “Para que a semana de quatro dias funcione bem, cada um de nós precisa rever a maneira com que trabalha. Isso significa mudar rotinas e hábitos bem consolidados, não é fácil.” Mas vale a pena.

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    Resultados do piloto

    O lado dos profissionais

    O lado da empresa

    Daqui pra frente

    Todas as empresas participantes afirmam que pretendem manter a semana de quatro dias. 46,2% delas vão aderir ao formato de modo permanente; 38,5% delas farão adaptações; e 15,4% vão estender o piloto para incluir mais equipes no esquema, por exemplo.

    A 4 Day Week continuará monitorando alguns dos participantes nos próximos meses, mas já abriu as inscrições para uma segunda temporada do projeto, que deve começar em janeiro e terminar em julho de 2025.

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