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Golpe do emprego: por que tem tanta gente caindo nessa

Aproveitando o desespero de muitos por um emprego, golpistas costumam divulgar vagas falsas de empresas conhecidas por meio de SMS e WhatsApp

Por Letícia Furlan
Atualizado em 23 out 2024, 17h15 - Publicado em 27 jun 2022, 13h20
Uma mulher está em um ambiente aberto olhando séria para o calular
 (Pexels/Ono Kosuki/Divulgação)
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U

m emprego de meio-período, remoto, cuja remuneração diária pode variar de 500 a 1.000 reais. A mensagem, que costuma chegar por meio de um SMS ou WhatsApp, vira um chamariz em meio à alta do desemprego. Mas trata-se de um golpe. No fim da mensagem, os criminosos costumam pedir para que o destinatário clique em um link, que leva a uma conversa na qual ele recebe o endereço para cadastro em uma plataforma.

Há casos em que o usuário deve realizar um pagamento para um suposto exame admissional ou para a realização de um curso necessário para a execução do trabalho. Ou, ainda, ele pode acabar caindo em um esquema de pirâmide.

Entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022, foram mais de 600 mil tentativas de fraude no Brasil — uma média de 120 mil por mês, segundo estudo da empresa de segurança digital PSafe.   

“Temos acompanhado, principalmente, pessoas de baixa escolaridade e jovens à procura do primeiro emprego. De alguma forma, os jovens se sentem atraídos, porque o trabalho tecnológico e remoto é uma das buscas dessa geração. Com isso, [os criminosos] atraem perfis sem experiência, porém com vontade de ter a primeira oportunidade”, afirma Renan Conde, diretor da Factorial, empresa de gestão de recursos humanos. Na entrevista a seguir, ele fala mais sobre o problema e como evitá-lo:

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Quando esse golpe passou a ser comum?

Ele não é recente, mas tem uma “roupagem” nova. Ele começou a ficar em evidência após o alto índice de desemprego e o aumento do custo de vida. Logo, ele acaba gerando interesse na pessoa fragilizada e/ou ansiosa por uma oportunidade de emprego. É um crime de oportunidade, que se aproveita do desespero das pessoas em busca de recolocação profissional.

Como o golpe funciona? 

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Os criminosos se utilizam do nome de empresas conceituadas, oferecendo posições remotas e com remuneração atrativa. Ao clicar no link enviado, a vítima inicia um processo, em um site falso, em que, em algum momento, é solicitado um pagamento referente a uma taxa de participação. Não é sempre que o valor é expressivo — uma das características do golpe é a quantidade de pessoas lesadas.

Em alguns casos, o golpista solicita o preenchimento de uma ficha cadastral, para armazenar dados pessoais da vítima. Em outros, direciona um link para o download de algum aplicativo no celular da vítima, viabilizando o acesso a outros dados sensíveis e a aplicativos, como os bancários.

Como se prevenir?

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Podemos nos prevenir não fornecendo nossos dados pessoais em sites ou localidades não confiáveis, seja para cadastro em uma plataforma, seja para compra em algum website, porque muitos deles não contam com um sistema de proteção de dados e são facilmente manipulados por hackers. Outra forma é não clicar em links com ofertas recebidos via SMS ou WhatsApp. É importante entender que, em processos idôneos, a comunicação por esses meios para recrutamento e seleção se dá já na fase das entrevistas. Nenhuma empresa inicia seu processo buscando perfis por SMS ou WhatsApp. A regra é: você não pode ser chamado para vagas para as quais nunca se candidatou ou para aquelas em que não tenha sido indicado por outro profissional.

Como saber se a vaga de emprego é de fato um golpe?

Verifique a fonte, o nome do profissional que o abordou, se existem os dados da pessoa, como o nome, cargo, e-mail corporativo, telefone — o LinkedIn é uma ótima via para isso. Procure saber se a vaga está publicada em sites de emprego ou no site da empresa. E, principalmente, lembre-se se você se candidatou para a posição anunciada. Se o primeiro contato for por SMS ou WhatsApp, e não for possível confirmar a veracidade, evite.

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O que fazer caso o profissional caia no golpe?

É sempre importante comunicar os órgãos oficiais e a polícia para que possa existir uma investigação e evitar que outras pessoas sejam lesadas. Na hipótese de utilizarem o nome de alguma empresa, é interessante também comunicar a companhia pelo site ou pelas redes sociais, para que estejam cientes e tomem as medidas legais. Caso você verifique que houve movimentações na sua conta bancária, entre em contato imediatamente com o banco para bloquear as movimentações.

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