Em março de 2020, quando a maioria das empresas adotou o home office por causa da pandemia, fazia apenas oito meses que Fernanda Azzi, diretora de RH e sócia da Fesa Group, estava na companhia especializada em recrutamento, seleção e gestão de profissionais. Para se familiarizar melhor com as pessoas e os processos, ela criou a rotina de ligar para cada um dos 100 funcionários para um bate-papo informal, com o objetivo de saber como estavam se adaptando à nova realidade. Essa escuta ativa se mostrou uma ferramenta eficiente para promover um ambiente mais saudável.
“Eu perguntava sobre a família, os sentimentos, os pensamentos”, afirma Fernanda. “A ideia foi manter uma conexão com cada um deles e saber como a empresa poderia ajudar.” A partir das demandas levantadas, o RH criou uma série de ações. Uma delas foi oferecer um treinamento sobre gestão do tempo. “Percebemos que as pessoas estavam se sentindo culpadas por realizar atividades pessoais ao longo do dia. Uma das questões que surgiram foi: ‘Como parar para fazer o almoço se tenho tanto trabalho?’.”
Por isso, a empresa organizou um curso sobre boas práticas, como evitar as horas extras e valorizar o lazer, e promoveu também rodas de conversa para debater o tema e compartilhar as dificuldades e os aprendizados. “Consegui identificar, por exemplo, quem era o colaborador que estava passando do horário e qual era o gestor que exigia demais. E observei que alguns líderes que trabalhavam à noite, por precisarem tocar outras questões pela manhã, estavam enviando mensagens aos funcionários no período noturno. Fui mapeando todos os casos e falei com cada profissional”, diz Fernanda, que acredita no poder da sensibilização da liderança para que a produtividade não se torne tóxica.
Este trecho faz parte da edição 77 da VOCÊ RH(dezembro/janeiro).