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Entrevista: Eduardo Santos, presidente da EF Education First no Brasil

Executivo fala sobre o papel do ensino de idiomas para culturas organizacionais mais ágeis, diversas e globais.

Por Alexandre Carvalho
3 jun 2025, 15h00
Imagem de um homem sorrindo, de cabelos curtos e vestindo uma camisa azul clara.
 (Celso Doni/VOCÊ RH)
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Muito além das salas de aula e dos cursos de intercâmbio, a EF Education First tem ampliado seu papel no mundo corporativo com um olhar atento para a transformação cultural nas empresas. O foco agora vai além do ensino de idiomas: trata-se de preparar líderes e equipes para atuarem com melhor habilidade de comunicação, mais empatia, agilidade e consciência em um cenário cada vez mais internacional.

Nesta entrevista, o presidente da EF no Brasil, Eduardo Santos, compartilha como a organização tem ajudado empresas a desenvolver culturas mais inclusivas e adaptáveis. Com uma abordagem que mistura tecnologia, diversidade e educação, ele revela como a fluência em outros idiomas pode abrir portar, reduzir desigualdades e acelerar o crescimento profissional. A conversa também destaca o papel estratégico dos líderes de RH nesse processo, reforçando que transformar a cultura de uma empresa exige mais do que boas intenções: é preciso método, consistência e vontade de aprender continuamente.

A EF é mundialmente conhecida pelo ensino de idiomas, mas recentemente tem se voltado também para a transformação cultural nas empresas. Como surgiu essa preocupação?

Somos, antes de tudo, um ecossistema de educação. Nosso propósito sempre foi unir pessoas por meio de experiências de aprendizado e intercâmbio cultural. No Brasil, hoje um dos nossos maiores mercados corporativos, temos cada vez mais atuado junto a empresas – públicas e privadas – que buscam evoluir sua cultura organizacional. A transformação cultural exige que as pessoas desenvolvam uma comunicação eficiente, inclusive com outras culturas. As empresas com que trabalhamos geralmente têm operações internacionais ou estão em expansão. Nesses contextos, a habilidade de compreender e se fazer entenderem ambientes diversos é estratégica. Esse movimento não é exatamente uma novidade, mas uma consolidação da missão da EF: abrir portas por meio da educação.

Como a EF define o conceito de cultural agility e como ele impacta os resultados das empresas?

Cultural agility, para nós, está diretamente ligada à capacidade de adaptação em contextos variados. Na prática, isso significa ter líderes autônomos, com mentalidade de dono, que saibam agir com rapidez e empatia em diferentes ambientes. Desde a nossa fundação, operamos com estruturas descentralizadas, o que fortalece nossa agilidade cultural. Internamente, isso se traduz em diversidade cognitiva e presença global. No nosso time de liderança, por exemplo, convivem sete nacionalidades diferentes. Essa diversidade permite compreender as nuances culturais, algo essencial em qualquer transformação organizacional. A comunicação intercultural é um dos principais pilares dessa agilidade.

Qual é a sua posição na liderança global da EF?

Além de presidente da companhia na região – o que para nós inclui México, Caribe e América Central –, ocupo a posição de vice-presidente sênior no nosso time de liderança global, reportando diretamente ao presidente da companhia, que é o filho do fundador.

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Como o aprendizado de inglês e outros idiomas contribui para equipes mais diversas, inclusivas e colaborativas?

Aprender um idioma é construir pontes. O inglês, em especial, me tirou da minha bolha – venho do extremo Leste de São Paulo – e me permitiu acessar oportunidades. Esse mesmo impacto pode acontecer em escala dentro das organizações. Líderes que dominam um segundo idioma com confiança não apenas ampliam seu repertório mas desbloqueiam ideias e aceleram negócios.

Hoje, cerca de 2 bilhões de pessoas estudam inglês no mundo. É a língua dos negócios. No Brasil, apesar de o ensino do inglês estar presente há mais de 200 anos na educação básica, ainda há uma lacuna na formação de profissionais fluentes. Se você estuda só por um livro, dificilmente vai conseguir praticar corretamente. Eu fui aluno de escola pública a partir do quinto ano do Ensino Fundamental, e não me lembro de ter saído do Ensino Médio falando inglês. Então, poder suplementar a educação básica no país, ajudando a trazer o mundo para mais perto de um jovem que está em uma sala de aula agora, em uma escola pública, e fazer com que ele tenha acesso a um ensino de qualidade, com escala de abrangência internacional, tem sido um legado. Estamos levando para a comunidade corporativa um número maior de talentos que tenham confiança para performar na sua melhor versão, seja em português ou em inglês.

A EF tem ganhado mais relevância entre empresas à medida que os CHROs assumem papéis mais globais?

Sem dúvida. O Brasil é, na minha visão, um dos grandes celeiros de talentos do futuro. Com a segunda maior economia do Hemisfério Sul, temos uma posição estratégica. Muitas empresas multinacionais têm, inclusive, centralizado suas práticas de RH aqui. Os CHROs brasileiros têm se destacado por sua capacidade de conectar culturas distintas na América Latina e promover transformações relevantes em suas organizações.

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O que os profissionais de RH podem aprender com a EF e aplicar no desenvolvimento cultural e social de suas organizações?

O principal aprendizado é a importância da consistência na construção cultural. É preciso integrar o conhecimento adquirido ao dia a dia da empresa – e não tratá-lo como uma série de ações pontuais. Fomentar uma mentalidade de aprendizagem contínua é uma das táticas mais eficazes para manter e transformar a cultura de uma organização. Além disso, a EF trabalha há décadas com tecnologia aplicada à educação. Desde 1998, quando usamos um satélite para conectar alunos a professores nativos, buscamos inovar. Hoje, utilizamos inteligência artificial não apenas como ferramenta mas como um componente nativo em nossos processos. Isso permite gerar dados, indicadores e tomar decisões com mais eficiência. Nosso papel também é o de mediador: conectamos líderes de RH que enfrentam desafios semelhantes em encontros e proporcionamos trocas que impulsionam o desenvolvimento conjunto. Acreditamos que a colaboração é o caminho para evoluir coletivamente.

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Este texto é parte da edição 98 (junho e julho) da Você RH, que chegará às bancas no próximo dia 6. Acompanhe nossas redes sociais para não perder o lançamento.

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