e os funcionários estão cansados de tantas reuniões, imagine os gestores. Um levantamento com mais de 10 mil profissionais administrativos realizado pelo consórcio de pesquisas Future Forum indica que a liderança passa, em média, 25 horas por semana em encontros presenciais ou online — 46% deles inúteis, na visão dos entrevistados. Já os liderados gastam 10,6 horas por semana. A pergunta é: por que as pessoas continuam perdendo tempo?
Para os gestores, a principal razão é a expectativa de que a conversa será produtiva, o que acaba não acontecendo. Em segundo lugar vem o receio de perder algo importante e a necessidade de mostrar ao chefe que estão trabalhando (e comprometidos com o emprego). Entre os liderados, o motivo número um de bater ponto em reuniões inúteis é bem menos complexo: eles não têm escolha.
Esse excesso vem sendo assunto corrente entre gestores e profissionais de RH, porque compromete a produtividade e causa prejuízos financeiros. Uma pesquisa da plataforma de colaboração online Otter.ai concluiu que as perdas chegam a 100 milhões de dólares ao ano em grandes companhias.
Na empresa canadense de comércio eletrônico Shopify, é proibido fazer reuniões às quartas-feiras. Em janeiro, a companhia passou a pedir que os funcionários eliminassem da agenda as reuniões recorrentes com mais de duas pessoas e restringissem as que concentram mais de 50 participantes. O CEO, Tobi Lutke, também incentiva que os profissionais se retirem de grandes grupos de bate-papo internos (leia mais aqui).
O levantamento da Otter.ai também mostrou que, apesar dos problemas, 78% dos gestores nunca falam sobre a importância de dizer “não” a convites para encontros desnecessários. E 71% dos funcionários teriam condições de recusar a participação em eventos que não precisam da presença deles caso a ata da conversa fosse compartilhada com todos, e não apenas com quem esteve reunido.