O tripé da empregabilidade
Como o apoio do Espro ajuda a criar conexão entre os jovens aprendizes e empresas que buscam atrair e reter talentos e valorizar a diversidade em seus quadros

De um lado, um mercado de trabalho que passa por profundas transformações. O Brasil vive um último impulso demográfico, que, na projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deverá acabar em 2041, quando a população vai deixar de crescer. O que significa que faltam apenas 16 anos para o país entrar no mesmo ciclo que muitas nações desenvolvidas já experimentam neste momento.
De outro lado, o que se vê é uma população de jovens à espera de uma oportunidade profissional para iniciar uma carreira. Muitas vezes, eles não se consideram aptos a assumir um posto de trabalho em uma grande empresa e abandonam os estudos para trabalhar em uma atividade que gera uma renda baixa e não oferece perspectivas de futuro.
“Aproximadamente um em cada cinco jovens brasileiros não conclui o ensino médio. São adolescentes que complementam a renda das famílias com empregos precarizados e informais ou passam a se dedicar ao cuidado de outras pessoas da família, mais novas ou mais velhas, ou experimentaram uma gravidez precoce”, detalha Maria Elisa Muntaner, coordenadora de insights de mercado do Ensino Social Profissionalizante (Espro), uma organização sem fins lucrativos que forma e insere jovens no mundo do trabalho, promovendo inclusão, educação e impacto social.
O Espro atua precisamente para formar um tripé que conecta e apoia estes dois elementos: empresas que experimentam uma janela de oportunidade única para captar e reter uma nova – e talvez última – geração de talentos, e adolescentes que não sabem por onde começar a agir para acessar uma carreira sólida em grandes e médias corporações.
Um dos maiores grupos de saúde do Brasil, a Amil testou e aprovou a parceria. “Em um cenário cada vez mais dinâmico, programas como o de aprendizagem se tornam grandes aliados na construção de futuros promissores, para os jovens e para as empresas. Eles abrem portas, unem teoria e prática e revelam talentos que farão a diferença”, afirma Renata Gusmon, diretora-executiva de pessoas no Grupo Amil.
“Com o Espro, encontramos uma parceria valiosa para identificar jovens com brilho nos olhos e oferecer uma formação conectada ao nosso dia a dia”, ela prossegue. “Em conjunto, reforçamos o nosso compromisso com a responsabilidade social, com a inclusão e com a diversidade. É assim que o Grupo Amil segue consolidando sua jornada como uma marca empregadora desejada.”
Momento oportuno
As empresas brasileiras experimentam um apagão de mão de obra: de acordo com uma sondagem recente realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), 65% delas declaram que têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados, enquanto 19% não se mostram capazes sequer de contratar pessoas para realizar atividades básicas.
Nesse contexto, formar a nova geração é uma saída das mais relevantes. E a Lei da Aprendizagem, que completa 25 anos em 2025, é um instrumento cada vez mais utilizado pelo setor privado: dados do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) e do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam que o total de jovens aprendizes alcançou 609 000 ao final de 2024, na comparação com 550 000 em 2023 e 502 000 em 2022.
Apenas nos dois primeiros meses deste ano, quase 140 000 jovens ingressaram no mercado de trabalho formal como aprendizes. “Essa é uma política pública especialmente bem-sucedida na missão de incorporar jovens de todas as classes sociais ao mercado de trabalho. É um exemplo para o mundo, e há espaço para o total de aprendizes dobrar”, afirma Muntaner.
Agente integrador
O Espro contribui ao atuar na formação de novos talentos, que contam com suporte social, psicológico e técnico para encontrar espaço no mercado de trabalho. Também apoia os departamentos de recursos humanos das organizações diante do desafio de encontrar – e, principalmente, manter – profissionais em formação.
De acordo com a mais recente edição da pesquisa de satisfação realizada pela entidade, 73% dos executivos entrevistados consideram que a habilidade de relacionamento interpessoal é o aspecto mais relevante na seleção dos aprendizes. Já as competências técnicas são desenvolvidas durante as atividades práticas, que incentivam a continuidade da formação. “Os jovens do Espro tendem a seguir estudando, o que gera um impacto de longo prazo para eles e para suas famílias”, informa Muntaner.
Apenas nesses primeiros meses de 2025, a entidade realizou parcerias com 2 700 empresas em todo o território nacional. É um feito que consagra uma trajetória de 46 anos: desde sua fundação, a organização já encaminhou mais de 650 000 jovens para oportunidades de emprego. Em 2024, mais de 44 000 jovens no Brasil foram impactados pelos programas e projetos do Espro, que recentemente passou a atuar também com suporte para programas de estágio.
“Oferecemos um recurso poderoso para as organizações incorporarem o olhar diverso, a partir de jovens comprometidos com a cultura corporativa, mas ansiosos para agregar com suas próprias visões de mundo”, finaliza a coordenadora.
De um lado, um mercado de trabalho em transformação e um cenário demográfico que exige novas estratégias para atrair e reter talentos. De outro, uma geração de jovens à espera de uma oportunidade para iniciar sua carreira e construir um futuro melhor.
Nesse cenário, organizações como o Espro cumprem um papel essencial ao conectar empresas que buscam novos talentos com jovens que precisam de apoio para iniciar uma trajetória profissional. A proposta é clara: criar oportunidades reais por meio de formação, inclusão e impacto social, preparando essa nova geração para o mundo corporativo.
Um exemplo prático dessa conexão é o Grupo Amil, que testou e aprovou o programa de aprendizagem do Espro. Para Renata Gusmon, diretora-executiva de pessoas da empresa, programas como esse são aliados importantes em um mercado cada vez mais dinâmico, pois unem teoria e prática, revelam talentos e constroem futuros promissores para os jovens e para as organizações.
Em um país que vive profundas transformações no mundo do trabalho, investir em juventude é mais do que uma estratégia social — é uma decisão inteligente para quem deseja construir um futuro sustentável.