Empresas reforçam regras para retorno ao escritório
Pesquisas indicam, porém, que forçar a volta ao presencial sem propósito claro aumenta em 16% a rotatividade de talentos.
O trabalho híbrido é o modelo dominante no Brasil, mas muitas empresas enfrentam dificuldades para engajar os colaboradores na volta ao presencial. Levantamento da Deskbee, empresa de gestão de escritórios, com 210 mil usuários ativos, aponta que 78% já operam em regime híbrido. A média de dias “na firma” subiu para 3,2 por semana, mas 61% das empresas relatam ocupação abaixo do desejado.
Mesmo assim, grandes companhias têm endurecido as regras: o JPMorgan Chase convocou todos os profissionais para cinco dias presenciais por semana desde março; o Royal Bank of Canada exigirá no mínimo quatro dias a partir de setembro; e o Uber passou de dois para três dias, revisando benefícios para reforçar a adesão.
Segundo a Deskbee, 90% das empresas desejam ao menos dois dias presenciais. Destas, 28% definem a escala dos times e 41% estabelecem um mínimo semanal. Quando a escolha é livre, quarta-feira lidera (25%), seguida de terça (23%) e quinta (21%).
Internacionalmente, o modelo híbrido saltou de 71% em 2022 para 92% em 2025 (CBRE). Já o número de CEOs favoráveis ao modelo totalmente presencial cresceu de 64% (2023) para 83% (2024).
Estudos da ADP e da Deskbee mostram que colaboradores híbridos têm 15% mais engajamento do que os remotos, e que empresas presenciais relatam 70% mais dificuldade de preencher vagas. Forçar o retorno sem propósito claro aumenta em 16% a rotatividade de talentos.
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