Executivos do Einstein contam em livro aprendizados de gestão na pandemia
Sidney Klajner, presidente da instituição, diz que é importante se expor: "Eu me emociono com frequência e não vejo problema nisso"

maioria das empresas encarou grandes desafios durante a pandemia de covid-19. Nos hospitais, que estão na linha de frente no enfrentamento à doença, os obstáculos a superar foram ainda maiores. A experiência vivida pelo Hospital Albert Einstein está descrita no livro Na Linha de Frente: Enfrentando o Desconhecido — Aprendizados Sobre Liderança e Gestão de Pessoas Vivenciados pelo Einstein Durante a Maior Crise Sanitária do Século, lançado em 27 de junho. “Foi uma obra coletiva, escrita por mais de 30 colaboradores e convidados”, explica o médico Sidney Klajner, que preside a instituição desde 2016 e teve de manter funcionando uma estrutura com quase 18 mil colaboradores, 22 unidades de saúde privada, 27 unidades no SUS e nove unidades de ensino. Cirurgião do aparelho digestivo, professor e membro do Conselho Superior de Gestão em Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, ele contou a VOCÊ RH como foi enfrentar a pandemia no comando do hospital
Como surgiu a ideia de lançar o livro?
Achamos que o hospital deveria contribuir com a sociedade e decidimos documentar a nossa experiência sobre a pandemia para podermos nos preparar para as próximas, que provavelmente virão. Em pouco tempo, os processos de seleção e admissão foram reconfigurados para serem totalmente online. Mais de 1.100 profissionais foram contratados no plano de contingência, outros foram realocados e capacitados para atuar em outras unidades. Olhando para os dois últimos anos, vimos o que foi feito em termos de contratação em tempo recorde, transferências, mecanismos inovadores de seleção e contratação e resolvemos registrar tudo no livro. Queremos trazer um olhar para o futuro da gestão de pessoas, o papel das lideranças e dos profissionais de RH.
Quais foram os maiores desafios da área de gestão de pessoas durante a pandemia?
O maior foi lidar com o desconhecido. Tínhamos poucas informações sobre a doença, era tudo muito novo, estávamos lidando com muitas incertezas e dúvidas. Outro desafio foi não deixar a motivação das pessoas cair, por causa da crescente demanda e pressão sobre os profissionais e as muitas mortes no início, o que afetou o lado físico e emocional de quem estava na linha de frente. Por isso, promovemos uma série de ações, como entrega de kits de higiene e cestas de alimentos para os colaboradores que testavam positivo, acomodação em hotéis para funcionários que moravam com pessoas do grupo de risco, parceria com escolas e voluntários para receber filhos de colaboradores que não tinham com quem deixar suas crianças, além de manter a creche aberta para suporte às mães e antecipar e flexibilizar os cartões de alimentação e refeição.
O hospital promoveu também ações de suporte emocional?
Sim, mas tudo que implementamos já existia antes da pandemia; nós apenas adaptamos e ampliamos, e foi por isso que deu tão certo. O programa Calmamente, por exemplo, focado em educação e prevenção de saúde mental, promoveu treinamentos e encontros, e tem uma grade permanente de ioga e meditação. Tivemos 23 mil acessos à plataforma e 20 mil participantes nas lives. A partir desse programa, criamos o Canal Ouvid, para ouvir os colaboradores durante a pandemia. Entre abril e julho de 2021, foram 6 mil impactados e 3 mil participantes nas atividades, com orientação para alcançar e manter o equilíbrio emocional e a saúde mental e prevenir o burnout e outros transtornos. Sempre tivemos essa preocupação com a saúde mental antes da pandemia, e isso fez toda a diferença.
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Este trecho faz parte de uma reportagem da edição 81 (agosto/setembro) de VOCÊ RH. Clique aqui para se tornar nosso assinante