Salário sob demanda: como funciona o novo benefício corporativo
A fintech Payssego adaptou um modelo francês de remuneração para o Brasil. O co-fundador, Antoine Fougeat, explica por que o serviço seria vantajoso.
E se você não tivesse que esperar o quinto dia útil para receber seu salário – e pudesse pedi-lo a qualquer momento do mês? Essa é a proposta da fintech Payssego, um negócio B2B que adaptou um modelo francês de “salário sob demanda” para o Brasil. Quem aposta nessa novidade é o empresário, também francês, Antoine Fougeat e o matemático Leandro Borges, que trabalharam em companhias como Decathlon e iFood, respectivamente.
Segundo pesquisa que a dupla realizou com a Qualibest, entrevistando 310 profissionais, quatro em cada cinco gostariam de ser pagos em diversas vezes ao longo do mês. Para 59% dos entrevistados, isso ajudaria a lidar com despesas inesperadas; 44% acreditam que evitariam o cheque especial; 30%, que teriam mais autonomia financeira. A pesquisa também mostrou que 88% enfrentam dificuldades de grana – o que atrapalha a concentração de 78% durante o expediente.
Tais números apoiaram o plano de Antoine, há 12 anos no Brasil, e ele fundou a Payssego – nome que junta “pay” (“pagar”, em inglês) e “sossego”, e cuja pronúncia se assemelha a “pêssego”, fruta que aparece no logotipo da fintech. “Essa brincadeira com o nome ficou”, explica o empresário, “porque a doçura do pêssego, para nós, remete à tranquilidade que o bem-estar financeiro pode proporcionar”.
Quando uma empresa contrata o serviço, seus funcionários ganham acesso a uma plataforma para gestão das finanças pessoais, na qual podem pedir para receber o valor correspondente aos dias trabalhados até então. Dá para fazer a transação pelo app ou por WhatsApp. Um pix deposita o valor na conta do funcionário – que ainda pode marcar uma consultoria financeira gratuita com especialistas da Plano.
A dinâmica é vantajosa, segundo Fougeat, porque agiliza o processo de pagamento, mas também pela retenção de talentos. “Ninguém mais oferece esse serviço no Brasil. A ferramenta tem o potencial de fidelizar os funcionários.”
Este texto faz parte da edição 92 (junho/julho) da Você RH. Clique aqui para conferir os outros conteúdos da revista impressa.