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Burnout: retorno sem reabilitação aumenta risco de recaídas no trabalho

30% dos profissionais afastados retomam as atividades de forma precoce, sem tratamento emocional completo. Isso induz um diagnóstico crônico.

Por Izabel Duva Rapoport
11 set 2025, 00h12
Fósforos queimados dispostos em superfície bege.
 (MirageC/Getty Images)
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O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de burnout, segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR). Apesar disso, cerca de 30% dos profissionais afastados pela síndrome retornam ao trabalho sem reabilitação plena. “Isso favorece recaídas e a cronificação do quadro”, afirma o psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT).  

O levantamento aponta ainda que 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem da doença, enquanto 72% relatam sentir estresse no trabalho. O país está atrás só do Japão no ranking global. “O burnout não é apenas um episódio de cansaço extremo. É resultado de sobrecarga emocional, expectativas irreais e ausência de pausas reais”, explica Jair. “Tratar apenas os sintomas é ignorar a raiz do problema”.

De acordo com a OMS, o Brasil está entre os países com maiores índices de afastamento por transtornos mentais e comportamentais. O risco, segundo o especialista, é que, sem intervenção estruturada, o trabalhador repita o padrão que levou ao colapso inicial. “Quando não se reprocessa a causa emocional, o organismo permanece em estado de alerta, e qualquer nova pressão pode reacender o quadro”. 

Terapia de Reprocessamento Generativo

Em busca de uma melhoria do cenário, Jair desenvolveu a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), aplicada em diferentes contextos laborais. A proposta é identificar e neutralizar gatilhos emocionais por meio de protocolos que revisitam, de forma segura, memórias e experiências associadas ao esgotamento. “Não se trata de ensinar resiliência, mas de liberar o peso emocional acumulado. Ao reprocessar essas memórias, corpo e mente recuperam a capacidade de se autorregular”, descreve o psicólogo.

A recomendação é que o retorno ao trabalho seja gradual, com acompanhamento terapêutico e suporte corporativo. Pesquisas internacionais, como as publicadas pelo Journal of Occupational Health Psychology, indicam que a reorganização de demandas, programas de saúde e políticas que favoreçam pausas reais reduzem o risco de recaídas.

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Jair faz um alerta: produtividade sem pausa cobra um preço alto. “Quando o burnout não é tratado na raiz, ele volta, e muitas vezes, mais intenso. O descanso não é luxo, é parte essencial da cura”.

Entenda o burnout: reconhecida pela OMS como síndrome ocupacional desde 2022, a doença resulta do estresse crônico não administrado adequadamente no ambiente de trabalho. A condição se manifesta por exaustão extrema, distanciamento mental das atividades e queda no desempenho. Pesquisas indicam que, além de afetar o estado emocional, pode causar distúrbios hormonais, insônia e dores persistentes, dificultando a recuperação.

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