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Diana Gabanyi

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CEO da The School of Life
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Quatro formas de praticar a empatia no ambiente de trabalho

Quando nos colocamos nas experiências do outro, nos afastamos do nosso egoísmo natural — e isso faz de nós seres humanos melhores

Por Diana Gabanyi, diretora e sócia-fundadora da The School of Life
Atualizado em 22 jul 2022, 09h38 - Publicado em 22 jul 2022, 09h00
Foto mostra duas mãos, de pessoas diferentes, se tocando
 (Unsplash/Toa Heftiba/Divulgação)
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á quase 10 anos, quando fizemos os primeiros eventos da The School of Life (TSOL) no Brasil, trouxemos para cá um dos co-fundadores da TSOL mundial, o australiano radicado em Oxford Roman Krznaric, hoje considerado um dos líderes mundiais da empatia. Ele vinha para impulsionar a abertura da TSOL e também para lançar o livro, best seller até hoje, Como Encontrar o Trabalho da Sua Vida.

Como autores e pensadores sempre estão um passo à frente do momento presente, mesmo focado em um projeto, Roman é daquelas pessoas que sempre está com outras ideias borbulhando na mente. Então, entre um compromisso e outro de sua agenda no Brasil, ele provocava toda a equipe a refletir e o tema escolhido por ele foi “empatia”, pois na época estava escrevendo a obra que viria a se tornar talvez o seu livro mais conhecido — O Poder da Empatia — e ele parecia fascinado pela arte dessa habilidade.

Cada vez que estávamos juntos, com conhecidos ou estranhos, ele fazia perguntas e iniciava conversas interessantíssimas. Mas mais do que isso: ele prestava atenção nas respostas, ouvia as pessoas atentamente. Era como se ele deixasse o “próprio eu” de lado para se dispor a realmente descobrir como o outro tinha se tornado quem é, reconhecer quantas características menos adoráveis do outro ele também possuía, andar um pouco com “os sapatos de outra pessoa”.

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Por que a empatia importa

Na data da partida de Roman Krznaric do Brasil, perguntei qual era o objetivo dele ao estimular o tema “empatia” na mente e no dia a dia das pessoas. A resposta dele ficou comigo até hoje: “Que cada pessoa converse com um estranho uma vez por dia e que não seja só sobre o clima ou o jogo de futebol do fim de semana. Dessa maneira podemos mudar o mundo”. Na visão dele, quando mostramos curiosidade e nos colocamos imaginativamente nas experiências do outro, nos afastamos do nosso egoísmo natural e isso faz de nós seres humanos melhores.

É um exercício que parece simples, mas não é. Posso dizer que é algo difícil de ser cumprido diariamente, mas cada vez que me pego iniciando uma conversa, demonstrando curiosidade, ouvindo o outro, fazendo uma conexão, lembro daquele bate-papo com Roman a caminho do aeroporto. Quando consigo ampliar a minha conexão com quem converso, tenho a sensação de que tanto eu quanto o outro interlocutor saímos melhor daquele momento de troca, por mais rápido que ele seja.

O poder da empatia no mundo corporativo

Voltei a refletir mais sobre a empatia recentemente, quando muitas empresas começaram a nos procurar para fazer encontros de integração de times: alguns estavam se encontrando pela primeira vez, enquanto outros, em razão do trabalho remoto, tinham simplesmente perdido a conexão entre si. Essa preocupação das empresas faz sentido, afinal, se você olhar à sua volta ou mesmo para você, perceberá que relacionamentos altamente empáticos levam a um ambiente de trabalho mais produtivo, no qual as pessoas compartilham mais informações, aprendizado e desafios. Elas realmente se ajudam.

Como praticar a empatia no trabalho

A empatia é uma habilidade, que, assim como todas as outras, pode ser desenvolvida e aperfeiçoada. No dia a dia do trabalho, você pode iniciar a prática por meio de quatro atitudes:

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  1. Pense no todo – Dentro da organização, cada pessoa tem suas demandas e seus desafios individuais, então, antes de delegar alguma ação ou solicitar ajuda, tente perguntar como a outra pessoa gostaria de receber a demanda. Isso pode fazer uma grande diferença para melhorar a sensação de espírito de equipe.
  2. Escolha melhor as palavras ao se comunicar – Na defesa de um argumento, por exemplo, as palavras “eu” e “você” podem criar uma sensação de oposição. Ao passo que uma linguagem mais neutra pode levar todos a uma sensação de inclusão. Então, minha sugestão é que, sempre que possível, use-se a expressão “seria possível que…”, em vez de “eu acho que…”, por exemplo.
  3. Tenha consideração pelos outros – Na correria do dia a dia, tendemos a entrar no piloto automático e, simplesmente, responder e-mails com mensagens muito genéricas, não agradecer quem merece ou não perguntar – verdadeiramente – como o outro tem se sentido. Reservar um tempo para as pessoas é muito importante para criar conexões verdadeiras.
  4. Acolha quem chega à equipe – Aqui, refiro-me aos novos talentos que têm chegado às empresas sem conhecer ninguém e, muitas vezes, iniciam o trabalho à distância. Quem já não passou por esse momento e ficou aliviado quando um completo estranho veio conversar, oferecer ajuda ou apenas ouvir o quão ansioso você estava no primeiro dia no trabalho novo? Que perguntas podemos fazer para tentar entender o outro melhor em momentos como esse?

        Precisamos e podemos desenvolver a curiosidade sobre desconhecidos em um evento social, um colega que acabou de chegar à empresa ou um outro que trabalha em outra área da companhia, ouvindo empiricamente, sem julgamentos. É, sem dúvida, uma poderosa iniciativa para estabelecer novas conexões, curar relacionamentos desfeitos e derrubar preconceitos. É algo que estimula a nossa reflexão de uma maneira bastante ampla.

        Essa ideia de conversar com uma pessoa diferente por dia, pode ser aplicada também no trabalho. Você pode se surpreender encontrando algo em comum com as pessoas, como se fosse uma humanidade compartilhada, deixando de lado as suposições e ouvindo os sentimentos e as necessidades dos outros.

        Pratique. Até o “barulho” na sala se torna diferente quando esse tipo de conversa acontece.

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