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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group

Aumento salarial: saiba como pedir de uma forma que amplie suas chances

Explique como seu papel na empresa evoluiu, os resultados alcançados e apresente referências de mercado que mostrem uma defasagem. Confira mais dicas.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 29 set 2025, 07h37 - Publicado em 28 set 2025, 08h39
As moedas e as duas pessoas (estatuetas) representam o aumento do custo de vida.
 (Aitor Diago/Getty Images)
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Pedir um aumento salarial é, para muita gente, uma conversa desconfortável. Ainda é comum que profissionais evitem o tema, acumulem insatisfação ou simplesmente esperem ser reconhecidos espontaneamente. Outros, no sentido oposto, decidem pedir reajuste sem preparo, levando argumentos frágeis para a conversa – o que, na prática, pode acabar prejudicando sua imagem em vez de ajudar na negociação.

Nos últimos tempos, soube de histórias curiosas. Um colaborador pediu aumento porque queria fazer uma viagem dos sonhos. Outro, porque precisava trocar de carro. Há também quem argumente com base no custo da escola dos filhos ou no valor do condomínio. Embora sejam questões legítimas no âmbito pessoal, o ponto é que a remuneração profissional não está, nem deve estar, vinculada às necessidades individuais da vida privada. O critério deve sempre ser o valor que a pessoa entrega, o impacto que gera e a coerência com a política interna da empresa.

O que justifica um aumento de salário?

Essa é, aliás, a primeira armadilha: confundir merecimento com necessidade. O que justifica um aumento não é o plano de férias, mas a performance. Não é a parcela do financiamento, mas a evolução das responsabilidades e entregas. O critério precisa ser técnico, comparável e embasado. Afinal, se o RH ou a liderança começam a autorizar aumentos com base em motivos pessoais, como manter a equidade entre os demais? E como garantir que não se criem distorções difíceis de corrigir mais adiante?

O primeiro passo para pedir um aumento é o preparo, aliado ao autoconhecimento. Antes de agendar a conversa, é importante avaliar a própria jornada na empresa. Como você tem contribuído para os resultados? O que mudou em seu escopo de trabalho nos últimos meses? Que entregas relevantes você fez? Houve aumento de complexidade ou de responsabilidade? Você assumiu algo que antes não fazia parte do seu papel?

Ter clareza sobre essas respostas é fundamental. Depois, entenda o contexto. Como está a situação financeira da empresa? Há ciclos estruturados de avaliação e revisão salarial? Seu pedido está fora do tempo habitual ou ele coincide com um momento de revisões mais amplas? Entender o cenário demonstra maturidade e aumenta as chances de a solicitação ser recebida com seriedade.

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Outro ponto relevante é a forma como o assunto é abordado. A conversa deve ser direta, mas respeitosa. Não se trata de fazer pressão, muito menos de usar comparações do tipo “fulano ganha mais do que eu”. Tampouco é eficaz adotar um tom ameaçador, como “se eu não tiver aumento, vou sair”. Em geral, esses tipos de abordagens geram desconforto, minam relacionamentos e fecham portas.

O ideal é estruturar uma conversa com base em fatos. Explicar como seu papel evoluiu, quais resultados vêm sendo alcançados e, se possível, apresentar referências salariais de mercado que mostrem eventuais defasagens. Mas é fundamental lembrar: benchmark salarial sozinho não justifica um aumento. O que defende o mérito é o desempenho somado à relevância estratégica da função naquele contexto.

Se a resposta for não, ainda que seja frustrante, encare-a como o início de uma boa conversa sobre os rumos da sua carreira. Procure entender com o gestor o que te falta para conquistar o aumento salarial. Quais são os critérios para uma futura revisão? O que a liderança espera de você? Que resultados ou competências ainda faltam demonstrar ou aprimorar? Quando haverá uma nova oportunidade de avaliação?

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Como o gestor deve reagir ao pedido

A maturidade com que se lida com esse retorno negativo pode, inclusive, ser um diferencial. Profissionais que reagem com equilíbrio e usam o feedback como insumo para crescimento costumam ser lembrados positivamente. Já aqueles que se fecham, se vitimizam ou se desengajam podem comprometer a confiança construída com a liderança até ali.

Do lado de gestores e do RH, também há responsabilidade. Saber conduzir conversas sobre remuneração com transparência, empatia e clareza técnica é essencial para manter um ambiente saudável e o engajamento dos profissionais. Comunicar os critérios salariais, explicar os ciclos de remuneração e dar retorno construtivo faz parte do cuidado com as pessoas.

Pedir um aumento não é errado. Errado é transformar um tema legítimo em uma abordagem emocional, desconectada do mérito. A melhor forma de crescer financeiramente dentro da empresa continua sendo entregar mais, desenvolver-se continuamente e manter uma escuta ativa sobre o que o negócio valoriza. Dessa forma, a remuneração tende a ser consequência.

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Estruture bem seus argumentos e vá em busca do que acredita que merece. Sempre lembrando que quem entrega mais valor tem mais chances de receber mais.

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