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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Cinco ações para aumentar a quantidade de mulheres na liderança

Segundo estudo do Talenses Group com o Insper, apenas 17% dos cargos de presidência e vice são ocupados por elas. Veja como melhorar essa realidade.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
11 mar 2024, 19h04
Conceito de equidade de gênero representado por meio de cubos de madeira.
 (Carbonero Stock/Getty Images/Reprodução)
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A busca por um percentual maior de profissionais do sexo feminino nas lideranças das empresas tem estado na agenda dos principais executivos do país. Mas ainda existem disparidades entre o que é praticado e o que seria o mundo ideal.

Um bom exemplo são os dados da pesquisa Panorama Mulheres, que é realizada desde 2017 pelo Talenses Group, em parceria com o Insper, com o objetivo de mensurar a presença feminina em cargos de liderança. De acordo com os dados mapeados na última edição do estudo, em 2023, as mulheres ocupavam apenas 21% dos assentos nos conselhos de administração e 26% das cadeiras nas diretorias executivas. Já nos cargos de presidências e vice-presidências, o número subiu para 17% em 2023 versus 8% em 2017. É claro que existem avanços aí, mas ainda estamos bem longe da sonhada equidade.

Um dado que chamou muito a minha atenção na recente edição da pesquisa foi o seguinte: “1,2 vez é a proporção de mulheres na diretoria quando a presidência é feminina”. Um recorte desse dado mostra que, quando a presidência é masculina, “há 93% de mulheres brancas diretoras e 4,1% de mulheres negras”. Quando temos uma presidência feminina, sobe para 17,9% a presença de mulheres negras na diretoria.

Sugiro que cinco ações estejam na pauta do RH para aumentar a presença de mulheres na direção da companhia:

1. Trabalhar a atração de talentos com vagas afirmativas para mulheres

O ideal é que isso aconteça, principalmente, nas áreas em que a presença masculina é predominante. Ao recrutar profissionais externos de qualquer área, a empresa também pode se impor como meta ter uma lista de candidatos com homens (50%) e mulheres (50%), considerando o amplo leque de diversidade desses gêneros.

2. Ter programas internos de mentoria e preparação

O objetivo dessa ação é mapear quais mulheres estão elegíveis a promoções e/ou movimentações laterais internas. Além disso, é ainda um recurso para preparar melhor aquelas que carecem de algum desenvolvimento para conquistar mais espaço na companhia. Ainda dentro desse tema, é importante adotar modelos de avaliação de performance equalitários.

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3. Promover ações de conscientização sobre o potencial feminino no mercado de trabalho

Sou graduada em Engenharia e me assusta saber que apenas 19,3% das pessoas graduadas na área são mulheres, de acordo com dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Um déficit desse nível também é encontrado na área de TI, em que 16,5% das vagas de graduação são preenchidas por mulheres, como mostram os dados do Semesp. Seria interessante e estratégico se as organizações que mais contratam profissionais para essas posições ministrassem, em colégios, palestras para estimular as garotas a construir carreira nessas áreas.

4. Investir em benefícios voltados às mulheres

Nas empresas em que se pratica essa ação, o turnover de mulheres é menor. Isso inclui a oferta de licença-maternidade de seis meses e incentivos para o retorno dessa gestante ao ambiente de trabalho, como salas de amamentação e jornadas de trabalho flexíveis ou híbridas.

É importante pensar também em quais benefícios estão sendo criados para que os pais possam participar mais da jornada familiar, permitindo que suas companheiras consigam também equilibrar as jornadas domésticas e profissionais.

5. Ter um canal de denúncia

Em uma pesquisa realizada pela Think Olga, a maioria das mulheres que sofre uma situação de assédio sexual pede demissão. Dessa forma, o mais estratégico é oferecer um espaço para que os colaboradores possam denunciar qualquer tipo de assédio. Mas é importante, também, que a empresa deixe claro, na teoria e na prática, sua tolerância zero com situações desse tipo.

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Desde a época da faculdade, eu sempre me mantive muito ativa na propagação do tema de equidade de gêneros. Felizmente, hoje, sou sócia de um grupo, o Talenses Group, que acredita no desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária por meio de oportunidades no mercado de trabalho.

Especificamente com relação à presença feminina no mundo corporativo, somos signatários dos Princípios para o Empoderamento da Mulher, da ONU Mulheres. E foi dessa iniciativa que veio a ideia de termos a pesquisa que citei no começo do texto.

Também estamos vinculados ao 30% Club Brasil, que é um movimento que busca aumentar para 30% a participação de mulheres nos conselhos de administração das empresas. Apoiamos, ainda, a rota VCM, projeto da Edna Godoi, que combate a violência contra a mulher.

Somos signatários, ainda, do Grupo Coalizão Empresarial pela equidade racial e de gênero e pelo fim da violência contra a mulher. E, além disso, temos o selo Women On Board (WOB), que reconhece e divulga organizações com, pelo menos, duas mulheres nos conselhos de administração ou consultivo.

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E temos parceria com a Filhos no Currículo, que busca ajudar empresas a serem melhores lugares para que colaboradoras que têm filhos possam trabalhar, desenvolver-se e alcançar cargos de liderança. Assinamos o Pacto Global das Nações Unidas, em 2021, com o compromisso de termos 30% do quadro de liderança ocupado por mulheres.

Só é criativa, inovadora e verdadeiramente competitiva a organização em que as ideias têm a oportunidade de serem oxigenadas por diferentes pontos de vista. Não vejo como isso pode acontecer sem considerar a diversidade no sentido mais amplo da palavra.

Vamos juntos para esse novo momento?

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