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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Metaverso: como serão os processos seletivos e as reuniões nesse ambiente

Em breve, empresas devem ter escritórios online com salas de reuniões, e funcionários vão circular nesses ambientes por meio de avatares

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 4 mar 2022, 10h20 - Publicado em 28 jan 2022, 07h06
Mulher usa óculos de realidade virtual. Ela está sorrindo
 (Andrea Piacquadio/Pexels/Divulgação)
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enho acompanhado com bastante interesse os avanços relacionados ao metaverso. Há, por exemplo, uma crescente especulação imobiliária. Algumas empresas já investiram milhões em terrenos e imóveis virtuais dentro de plataformas, como o The Sandbox, o Snoopverse, a Decentraland, dentre tantas outras. Existem, inclusive, empresas, como a Metaverse Group, que se caracterizam como imobiliárias focadas no metaverso.

Para quem não está tão familiarizado com o termo, eu explico: o metaverso é um espaço virtual compartilhado, onde as pessoas passarão a interagir como um mundo paralelo ao mundo real. Quem está no mundo dos jogos virtuais compartilhados já está acostumado a esse conceito. A iniciativa das empresas de focar seus esforços de marketing dentro desses mundos virtuais não é nova. Em plataformas de games, as pessoas já podem comprar produtos de diversas marcas famosas, similares aos que encontramos no mundo físico.

O que estou acompanhando de discussão em empresas de diferentes setores é um pouco além disso. As organizações estudam migrar reuniões — que hoje acontecem em plataformas de comunicação, como Teams ou Zoom — para realidades virtuais. A ideia é que as empresas tenham escritórios on-line com salas de reuniões e os funcionários possuam avatares que circulem por esses ambientes, onde serão promovidos os encontros de trabalho.

Com a perspectiva do aumento da população nesse ambiente, empresas de consumo de todo tipo — com destaque para as de beleza e de moda —, estão estudando fortemente o potencial desse mercado com a intenção de venderem produtos para os futuros avatares. E, falando sobre esse tema com algumas empresas que já estão estudando terem escritórios virtuais, participei de discussões sobre como deveriam ser os formatos dos processos seletivos nesses espaços virtuais.

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Daqui a algum tempo, estima-se que a maioria de nós terá acesso ao metaverso por meio de um par de óculos de realidade virtual conectado a um computador ou outros dispositivos específicos para esse fim. E, com isso, algumas empresas mencionam que seria interessante existir a possibilidade de candidatos a vagas participarem de algumas entrevistas do processo seletivo no metaverso. Pode parecer visionário, mas acredito que não estamos tão distantes dessa realidade.

Imagino que teremos a opção de escolher se a entrevista acontecerá presencialmente na sede da empresa ou por meio de reuniões virtuais no mundo físico, como temos visto acontecer com muita frequência. Mas também teremos a possibilidade de que a reunião aconteça em uma sala corporativa localizada em algum escritório que tenha como sede o metaverso. Nesse caso, participaremos das reuniões com os nossos avatares.

No meu entender, estamos perto dessa realidade. Porém, muito distantes da situação em que as empresas migrem 100% para o metaverso. Imagino que viremos a ter processos seletivos híbridos com algumas etapas acontecendo no metaverso e outras sendo realizadas no formato a que estamos acostumados hoje.

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No momento em que muitas organizações migram para o formato de trabalho híbrido de maneira definitiva e outras optam pelo modelo 100% remoto, nos vemos diante de uma nova tendência. Existe a possibilidade de as empresas reduzirem seus escritórios físicos — algo que já vem ocorrendo em larga escala desde o início da pandemia — para novamente revolucionar o mundo corporativo com escritórios no metaverso.

Nesse contexto, imagino profissionais de facilities cuidando do on-line e do off-line, ou seja, escritórios no metaverso e estruturas corporativas físicas. A área de compras será desafiada a equipar os dois ambientes. Outras áreas também terão suas rotinas impactadas. Enquanto isso, todos nós estaremos nos dividindo entre os nossos guarda-roupas físicos e os dos nossos avatares.

No metaverso, acredito que os conteúdos das entrevistas não serão alterados. O que tem sido analisado é que algumas pessoas podem mudar o comportamento delas no mundo virtual, apresentando um perfil mais arrojado quando estiverem representadas por seus avatares, o que pode ser interessante para algumas funções. Em razão disso, as organizações querem, de fato, mesclar entrevistas no mundo físico com os processos no mundo virtual. O objetivo é capturar a essência dos candidatos, com a possibilidade de avaliar os pontos positivos e negativos de seus comportamentos em cada um desses mundos.

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Como não é difícil supor, existe uma discussão ampla sobre o tema de diversidade e inclusão no metaverso, enquanto temos o lado positivo de minimizar o viés inconsciente nesse ambiente. Existe, ainda, uma preocupação com o custo que teremos para mantermos os nossos avatares “alinhados”. Qual será o custo de termos um avatar com uma boa apresentação pessoal? Quanto vale a pena investir nesse mundo do metaverso em comparação aos investimentos no mundo físico no qual vivemos? São pontos a serem considerados.

Temos algumas discussões ainda bastante embrionárias sobre esse tema e já existe uma série de polarizações sobre o assunto. Como as empresas farão para manter a igualdade de oportunidades se migrarem as entrevistas para o metaverso, por exemplo, ainda é um dilema em discussão. Mas que, em breve, teremos empresas entrevistando no metaverso e conduzindo reuniões corriqueiras nesse ambiente, eu não tenho dúvidas quanto a isso.

Nesse momento, as perguntas do milhão são: Quando isso irá ocorrer? Como será a nossa adaptação a esse novo modelo de trabalho?

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