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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Quais são os sinais de uma demissão?

Gestor que se afasta, trocas na liderança e baixa performance são alguns dos indicativos de que um corte pode estar a caminho. Saiba como se preparar

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 25 jun 2021, 08h46 - Publicado em 9 out 2020, 10h00
Mulher preocupada falando ao telefone
 (Karolina Grabowska/Unsplash)
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No meu trabalho como headhunter, entrevisto pessoas tanto para vagas novas quanto para aquelas que precisam ser preenchidas porque um profissional pediu demissão ou será demitido. Nesses quase dez anos de profissão, já tive a oportunidade de conversar com diversos gestores que relataram diferentes razões que os levaram a demitir. Pensando nisso, acredito que seja importante compartilhar com vocês as causas mais comuns como um alerta para quem está no mercado ou querendo ingressar ou se recolocar nele.

Primeiramente, acho relevante que vocês saibam que existem, pelo menos, quatro situações relacionadas às mudanças das companhias que podem ameaçar o emprego de qualquer profissional:

1. Mudanças de estruturas

Isso tem acontecido muito. Como exemplo, você pode considerar junções de áreas de negócios que geram duplicidade de cargos ou eliminação de uma camada no nível hierárquico, quando, por exemplo, existe um diretor Brasil e outro Latam, mas, por estratégia ou necessidade, a companhia opta por ficar com apenas um deles, que acaba acumulando as duas funções. Nesses casos, não há nada que o colaborador possa fazer, a não ser tentar um remanejamento dentro da própria organização ou buscar novas oportunidades no mercado.

2. Troca da liderança da empresa ou do gestor direto

Na alta liderança, é comum acontecer mudanças de profissionais quando há desejo ou necessidade de mudar uma estratégia. Por exemplo, pode acontecer de um CEO oriundo da área comercial e focado em expansões e novos negócios ser substituído por um CEO que veio da área financeira e tenha histórico de ter sido CFO ou vice-versa. Essa troca, geralmente, vem acompanhada pela substituição de diretores que possam executar a nova estratégia. Isso gera um efeito cascata, originando a troca de alguns gerentes, entre outras profissionais da estrutura. Faz parte do mundo dos negócios e, por isso, fique sempre alerta diante de trocas no alto escalão da companhia

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3. Fusões e aquisições

Quando uma companhia ou grupo adquire uma empresa, é comum que existam trocas de profissionais, seja pela duplicidade de cargos ou mudança de estratégia. Não é regra, mas, em geral, quem sente os maiores impactos são os colaboradores da empresa comprada. Porém, já vi diversas situações em que prevaleceu a liderança da empresa que foi adquirida. Da mesma forma, quando um fundo de investimento adquire uma organização, é natural que alguns executivos sejam trocados antes de ser dado início à nova estratégia.

4. Mudança de localidade

Acontece, também, de algumas empresas fazerem mudanças geográficas pelas mais diversas razões, seja benefícios fiscais, necessidade de ampliação de uma unidade fabril, proximidade com os clientes, entre muitos outros motivos. Nesses casos, é comum que a organização faça uma consulta prévia para entender quais profissionais desejam acompanhar a organização nessa mudança. Aqueles que não concordam com a mudança, geralmente, são desligados. Há casos de empresas que fazem o convite apenas para os funcionários mais bem avaliados.

Problemas individuais

Existem, porém, outras situações que são diretamente ligadas ao indivíduo em si. Vou destacar quatro entre as principais:

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1. Baixa performance

A qualidade das entregas de um profissional é sempre muito observada pelos gestores em geral, em todos os níveis hierárquicos. Isso não quer dizer que você precise se comprometer com mais atividades do que deve executar. Mas precisa sempre procurar entender se está entregando o esperado e se há espaço para executar as atividades com mais qualidade.

2. Erros

Todo nós cometemos erros. Mas sempre precisamos ficar atentos para não errar nos mesmos pontos e nem falhar por descuido ou falta de conhecimento ou planejamento em situações que impactem diretamente os resultados dos negócios. Aqui vale ressaltar que sempre devemos admitir a nossa parcela de culpa e procurar uma solução, no lugar de tentar apenas identificar culpados.

3. Deficiência de algum aspecto técnico

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Imagine a seguinte situação: a empresa decidiu se internacionalizar; em decorrência disso, uma determinada função passa a ter a necessidade de que o profissional faça reuniões com uma equipe de fora; e o colaborador que está na vaga não fala inglês. Nesses casos, a empresa, muitas vezes, opta por trocar o colaborador. O mesmo acontece quando um profissional demonstra dificuldade para se adaptar a alguma inovação, como a troca de sistemas, por exemplo.

4. Aspectos comportamentais

Correm risco de serem mal vistos na empresa profissionais que reclamam o tempo todo, estimulam conversas tóxicas que desmotivam os demais, reagem de maneira negativa diante de novos projetos, procrastinam, não respeitam gestores, pares ou equipe, não colaboram com os demais, são intransigentes ou fechados às novas ideias, mentem ou têm qualquer outra conduta antiética, por exemplo. Aqui, vale uma autoanálise verdadeira de como anda a sua atitude na sua empresa atual? Você gostaria de ter na equipe alguém como você? Reconhecer que existem atitudes em você que podem ou precisam ser mudadas já é um excelente primeiro passo. Não é fácil, mas vale a pena.

Fique de olho

Agora que eu já te contei o que depende ou não de você no processo de demissão, compartilharei cinco sinais clássicos de que o seu emprego está ameaçado:

1. O seu gestor começou a te tratar de forma diferente

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Gestores são seres humanos. Isso quer dizer que também têm problemas, variações de humor e necessidades de isolamento. Mas desconfie caso o seu líder se afaste de você, enquanto continua próximo dos demais colaboradores. Em geral, é sinal de que algo está errado.

2. Você parou de receber convites para reuniões ou projetos

Queda de atividades delegadas a você ou de convites para projetos ou reuniões importantes são sempre importantes sinais de alerta de que algo vai mal. Com raríssimas exceções, é possível que as suas atividades já estejam sendo repassadas para outras pessoas. Nesse sentido, vale atenção também quando param de te copiar em e-mails importantes ou te consultar em relação aos assuntos para os quais, antes, você era envolvido.

3. A relação esfriou após uma contraproposta

Acredito que, no médio e longo prazo, a contraproposta é algo ruim tanto para o profissional, quanto para o empregador. É comum a seguinte situação: o funcionário pede demissão, a empresa lança uma contraproposta para não ficar sem alguém na vaga de uma hora para outra; mas, por ter perdido a confiança no colaborador, o substitui na primeira oportunidade.

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4. Feedback ruim

Nem todo feedback ruim é sinal de que um desligamento está próximo. Mas se o descontentamento do seu gestor com o seu trabalho é frequente, sugiro que você faça uma avaliação mais profunda sobre as expectativas que a empresa tem e a sua capacidade de entrega.

5. Aumento do interesse pela sua rotina

Outro sinal de alerta é o interesse repentino do seu gestor por cada detalhe da sua rotina ou a solicitação para que você ensine o seu trabalho para outro profissional. Pode acontecer dessa ação ter uma razão de existir. Porém, quando não há um motivo claro, pode ser sinal de que a empresa tem outros planos para você.

O que fazer?

Portanto, diante de alguma desconfiança de que algo não vai bem, minha recomendação é: procure seu gestor para uma conversa clara, objetiva e madura. Explique as razões do seu desconforto. Se fizer sentido, deixe claro o quanto gosta da empresa e coloque-se à disposição para se adaptar às expectativas da companhia. Algumas vezes, a demissão pode ser evitada.

De qualquer forma, saiba que ser demitido faz parte da vida profissional. Isso é normal e deve ser encarado com naturalidade. Além disso, o quanto antes a pessoa superar a demissão, mais cedo terá ânimo para conquistar uma nova chance. Já vi casos de pessoas muito frustradas por terem sido demitidas de um local que gostavam e depois descobriram que poderiam ser ainda mais felizes com outra equipe.

Empresas passam por ciclos e, às vezes, precisam renovar a equipe a cada novo início, faz parte da vida. Desejo que você tenha ciclos muito felizes na sua jornada profissional e, se acontecer de sair de uma empresa por ter sido demitido, dê a volta por cima. Outras portas certamente vão se abrir.

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Assinatura de Isis Borge
(VOCÊ RH/Divulgação)

 

 

 

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