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Jackie De Botton

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Diretora criativa da The School of Life
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3 passos para desenvolver a autoconfiança, essencial no trabalho

A confiança, sobretudo em nós mesmos, é capaz de tornar a vida mais plena. Mas não somos incentivados a desenvolvê-la — saiba como fazer isso

Por Jackie de Botton
Atualizado em 24 jun 2022, 17h45 - Publicado em 24 jun 2022, 15h26
Um homem e uma mulher são fotografados de cima para baixo. Os dois estão em um ambiente corporativo, de pé, e sorriem
 (Pexels/Rebrand Cities/Divulgação)
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A

ndo pensando sobre o que, frequentemente, diferencia vidas plenas daquelas não tão plenas. E descobri que se trata de um ingrediente que, infelizmente, ainda não faz parte do currículo educacional e que pode parecer vago, meio bobo e idealista no mau sentido: a autoconfiança.

Acredito que seja, inclusive, uma lição de humildade perceber quantas grandes conquistas nossas ou das pessoas que mais admiramos nem sempre foram resultado de um talento superior ou conhecimento técnico, mas sim dessa estranha flutuação da alma a que chamamos de autoconfiança. Mas por que, para muitos de nós, é tão difícil confiar em nós mesmos?

Pergunto isso para mim mesma, afinal sou humana e vulnerável. E creio que parte da resposta está em uma ressaca do passado. Durante milhares de anos, para a maioria de nós, simplesmente não existiram oportunidades para a esperança: fomos servos e escravos. Naquele tempo, a habilidade de sobrevivência psicológica central era manter a cabeça baixa e as expectativas, também.

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Sei que já evoluímos bastante, mas, de certa forma, cada um de nós ainda carrega um pouco do legado desse passado por meio de uma atitude de servidão interna que ameaça nosso espírito, ainda que estejamos em uma Era moderna, tecnológica e democrática. A esperança pode parecer perigosa e, além disso, alguns ainda carregam mensagens sutis de seus cuidadores, que diziam coisas como: “pessoas como nós não…”; ou “quem você acha que é para…”.

Paralelamente, a vida escolar também não ajudou quando nos era cobrado que fôssemos crianças boas e nos ensinou a confiar plenamente na autoridade estabelecida. Deveríamos, então, sentir compaixão pela origem dessas mensagens que habitam o nosso interior: elas figuram como uma proteção, uma estratégia de sobrevivência ou uma fuga da humilhação. Mas fazer isso sem nos privar de evoluir.

1. Pratique o desrespeito calculado

Parte de se tornar adulto parece ser aceitar a percepção dolorosa de que amadurecer não dá acesso a todas as respostas e, portanto, temos todo direito, até o dever, de romper certas regras e elaborar as nossas próprias percepções e experiências de maneira independente. É, na prática, aprender uma forma calculada e gentil de desrespeito, o que pode ser surpreendente, depois de tantos anos de obediência imposta. É nos colocarmos na posição de suspeitar construtivamente da autoridade: um caminho entre a conformidade total, de um lado; e um ceticismo obstinado, do outro.

2. Aceite a imperfeição

A perfeição é algo que está além de nós, e, se você reparar com atenção, verá que as únicas pessoas que podemos considerar normais são aquelas que ainda não conhecemos muito bem. Destaquei isso porque a confiança parece envolver uma coragem de aceitar a imperfeição, de nos perdoar pelos horrores da primeira tentativa. É reconhecer que muitas das supostas “grandes vidas” também contêm erros que não as afundaram.

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3. Reconheça que confiança não é sinônimo de soberba

A confiança não é um dom divino, mas sim uma habilidade que tem como alicerce um conjunto de ideias que temos com relação ao mundo e ao nosso lugar nele. Ela nunca deveria ser considerada nossa inimiga ou sinônimo de soberba. Deveríamos reconhecê-la como uma característica que nos impulsiona a boas experiências de maneira legítima, que nos permite transformar teorias em práticas, tirar planos do papel, fazer com que nossos talentos sejam notados pelos demais. Afinal, como disse o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, “aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo.”

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