Melhores práticas: desenvolvimento profissional à base de IA
Leroy Merlin realiza plano de capacitação com inteligência artificial para elevar o employer branding e potencializar o negócio.

Dos quase 10 mil colaboradores da Leroy Merlin Brasil, mais de 6 mil utilizaram, no último ano, uma plataforma com trilhas específicas para carreira, ferramenta que conta com recursos de inteligência artificial e é resultado da parceria da empresa com a startup Galena, especializada em desenvolvimento profissional. Nesse período, já foram mais de 480 mil horas estudadas por seus colaboradores. E, embora o plano tenha foco no funcionário, o benefício, que inclui formações em curso superior e pós-graduação, pode ser estendido para familiares.
Indicadores compartilhados pela empresa mostram que o desenvolvimento dos colaboradores está diretamente ligado ao crescimento sustentável do negócio. Segundo Claudia Zem, diretora da Universidade Corporativa da Leroy Merlin, programas de capacitação contínua também contribuem significativamente para a retenção de talentos, fortalecendo o engajamento e alinhando os objetivos individuais aos da organização. “Pessoas bem treinadas aumentam a produtividade em 15%, por exemplo.”
O papel da IA
Para Guilherme Luz, CEO da Galena, a primeira tarefa importante com a qual a IA pode ajudar é mapear as competências e habilidades – ou seja, identificar as áreas nas quais já há experiência. “Modelos que usam IA generativa já conseguem criar avaliações individualizadas a partir do histórico profissional e acadêmico, além de fazer análises independentes de currículo, perfil online e conteúdo gerado. Esses modelos conseguem também oferecer feedback por meio de assistentes virtuais.”
A segunda tarefa importante é o mapeamento e a escolha do próximo passo de carreira. A IA pode identificar tendências de mercado de trabalho, sugerir oportunidades de crescimento e corresponder automaticamente os perfis a vagas de emprego, oferecendo orientações para tomadas de decisão de carreira mais informadas e alinhadas com as metas individuais. Nesse processo, os modelos de IA conseguem identificar quais competências e habilidades precisam ser desenvolvidas para dar o próximo passo profissional.
Já o terceiro estágio é a recomendação de conteúdos e recursos de aprendizagem a partir das competências e habilidades que a empresa precisa desenvolver. Usando algoritmos de recomendação, as plataformas de IA podem sugerir cursos, tutoriais, materiais de estudo e oportunidades de treinamento para preencher as lacunas do conhecimento que atendam diretamente às necessidades já mapeadas e considerem o perfil da pessoa.
E as aplicações não param por aí. As plataformas de IA ainda podem recomendar pessoas que estão na mesma jornada profissional, para troca de experiências, e mentores para aconselhamento. Elas são capazes de apontar oportunidades de trabalho que se adequem ao momento de vida e aspirações futuras do funcionário, seja dentro ou fora da organização. Segundo a Leroy Merlin, o uso da IA tende a crescer significativamente em pouco tempo na empresa.