Acessibilidade digital ainda é desafio nas políticas de inclusão corporativa
O avanço e as inovações em tecnologia no mercado de trabalho não envolvem os colaboradores com deficiência no mesmo ritmo. Entenda.
Menos de 1% dos sites brasileiros se preocupam com a acessibilidade digital, segundo estudo conduzido pela BigDataCorp em parceria com o Movimento Web para Todos. “Isso não é diferente com aplicativos e sistemas em geral, comprometendo seriamente o atendimento das pessoas com deficiência”, alerta Leandro Scalabrin, fundador da SWA, empresa de soluções tecnológicas que amplia a inclusão em suas plataformas.
“Os usuários podem adaptá-las para surdos, idosos, pessoas com TDAH, baixa visão, entre outras condições que exigem atenção diferenciada”. Na prática, o especialista explica que, ajustes especiais podem ser selecionados a partir de um ícone estrategicamente posicionado. Quem enfrenta dificuldades de visão, por exemplo, consegue aumentar o tamanho das letras. Já quem tem deficiência visual, de fato, pode configurar a página e ouvir todas as opções disponíveis, garantindo uma navegação adaptada às suas preferências.
Indivíduos com TDAH têm a opção de reduzir distrações com menos elementos visuais ou optar por um layout mais limpo para diminuir a sobrecarga cognitiva e manter o foco. “A plataforma também oferece legendas automáticas em tempo real para conteúdos de áudio e vídeo, beneficiando pessoas surdas ou com deficiência auditiva e integra um teclado virtual ao sistema para facilitar a navegação dos usuários com dificuldades motoras”, complementa Leandro. Esta última é indicada até aos que preferem navegar sem mouse.
Ambiente de trabalho acolhedor
As funcionalidades vêm ganhando espaço, de acordo com o executivo, especialmente em instituições de ensino e, ainda que lentamente, em organizações. “Para que professores, alunos e funcionários possam se desenvolver em igualdade de condições, as adaptações nos sistemas são importantes”. No corporativo, por exemplo, elas dão suporte aos trabalhadores com deficiência em treinamentos internos, processos de capacitação e nas tarefas do dia a dia, além de corresponder às políticas de inclusão. “Quando o RH utiliza uma ferramenta acessível, não é apenas a tecnologia que fica inclusiva, mas toda a jornada do colaborador. As instituições passam a ter um ambiente de trabalho mais acolhedor e equitativo, valorizando cada pessoa em sua individualidade”, afirma o fundador da SWA.
Leandro acrescenta ainda que, embora a lei da inclusão de 2015 já obrigue a acessibilidade nos sites das empresas brasileiras, ainda há muito a fazer, a começar pela adequação aos princípios das Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo da Web (WCAG), que buscam tornar o conteúdo perceptível, operável, compreensível e robusto. “Isso não é apenas uma obrigação legal, mas também uma demonstração de responsabilidade social e empatia”, reforça o especialista.
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