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Dia da Igualdade Feminina: 10 práticas para um mercado de trabalho igualitário

Em três décadas, a presença de mulheres cresceu de 35% para 52%. Metade já considerou se demitir por falta de flexibilidade e suporte organizacional.

Por Izabel Duva Rapoport
26 ago 2025, 16h04
Uma mão coloca um dado de madeira com o sinal de igual entre os símbolos masculino e feminino em um fundo azul.
 (Carbonero Stock/Getty Images)
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Mulheres ganham 20,9% menos que os homens em empresas com mais de 100 funcionários. Em cargos de direção e gerência, essa diferença salta para 27%, enquanto em funções de nível superior chega a 31,2%, segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial do governo federal. Por outro lado, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, a participação delas no ambiente corporativo aumentou de 34,8% em 1990 para 52,2% em 2023, representando 43,38 milhões de profissionais ativas no ano passado.

Dados como esses – que revelam avanço na equidade de gênero, mas também a persistência de desafios –, justificam a importância do Dia Internacional da Igualdade Feminina, celebrado hoje, em 26 de agosto, como tema de reflexão e consciência sobre o assunto. Para Vanessa Sandrini, mentora e fundadora da VaS Soluções Estratégicas, a mudança nos escritórios só acontece quando tratam essa igualdade como questão de negócios.

“Organizações com maior diversidade de gênero em posições de liderança apresentam 25% mais probabilidade de ter rentabilidade acima da média”, afirma a executiva. “É preciso criar políticas estruturais que não dependam da boa vontade individual, mas que sejam parte intrínseca da cultura organizacional”. Isso envolve, segundo ela, desde a revisão dos processos seletivos até a implementação de comitês de equidade que monitorem constantemente os indicadores de inclusão.

Desenvolvimento e capacitação

Especialistas apontam que a transformação passa não apenas por políticas de remuneração justa, mas também pelo fortalecimento da jornada de carreira feminina. Nesse sentido, o investimento em desenvolvimento profissional aparece como uma das formas mais eficazes de reduzir desigualdades. Um estudo da McKinsey mostra que empresas que adotam programas de capacitação têm até 30% mais chances de promover mulheres a cargos de liderança. No entanto, para isso, a presença feminina em espaços de poder e inovação é fundamental.

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“O mercado de comunicação e tecnologia tem mostrado avanços, mas ainda enfrentamos gargalos significativos em posições de liderança”, comenta a jornalista Stefani Pereira, que também é fundadora e CEO da Temma, agência 100% feminina especializada em relações-públicas. Para ela, não basta criar oportunidades se o ambiente não for receptivo ao protagonismo das colaboradoras. “É essencial que as empresas invistam em educação sobre viés inconsciente e criem espaços seguros para que as mulheres possam expressar suas ideias e assumir riscos sem medo de serem penalizadas por características associadas ao gênero”.

A permanência feminina no mercado de trabalho depende também de políticas que considerem as demandas do cotidiano, como flexibilidade e suporte organizacional. Pesquisa da Deloitte mostra que 48% das mulheres já consideraram deixar seus empregos por falta de compreensão e apoio no equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Confira 10 ações que promovem a igualdade de gênero no mundo corporativo, de acordo com as especialistas: 

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  1. Implementar políticas de transparência salarial: sistemas internos podem garantir remuneração equitativa para funções similares, com revisões periódicas e auditorias de equidade salarial. 
  2. Estabelecer metas de diversidade em liderança: a definição de objetivos claros e mensuráveis para aumentar a representatividade feminina em cargos executivos e de tomada de decisão é fundamental, sugerem. “Ter líderes mulheres em posições de destaque funciona como um poderoso efeito multiplicador, inspirando outras profissionais a perseguirem cargos de maior responsabilidade”. 
  3. Desenvolver programas de mentoria: iniciativas que conectem mulheres em início de carreira com líderes experientes ou mentoras criam redes de apoio e desenvolvimento profissional. 
  4. Capacitar habilidades técnicas e de liderança: treinamentos e cursos específicos preparam mulheres para assumir posições de engajamento e complexidade técnica. 
  5. Flexibilizar horários e trabalho remoto: uma pesquisa Harvard Business School revelou que 40% dos profissionais aceitariam uma redução salarial de ao menos 5% para manter o modelo remoto. Esse dado não apenas evidencia uma preferência pela flexibilidade, mas também sinaliza uma mudança cultural nas expectativas relacionadas ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  6. Oferecer licenças parentais equitativas: políticas que não envolvem apenas as mulheres incluem licença paternidade estendida, apoio ao retorno pós-licença e até mesmo direito ao home office em caso do filho(a) estar doente. Segundo um levantamento da VR, 70% dos atestados para acompanhamento de filhos e familiares em consultas médicas são apresentados por mulheres. “Esse dado não apenas evidencia a sobrecarga enfrentada por mães e cuidadoras, mas também levanta a reflexão sobre como políticas corporativas mais inclusivas e empáticas podem impactar positivamente o mercado de trabalho brasileiro”. 
  7. Disponibilizar creches e apoio à maternidade: estruturas de suporte facilitam a permanência de mães no mercado de trabalho, como auxílio-creche, salas de amamentação e horários flexíveis. 
  8.  Criar comitês oficiais de diversidade: esses grupos podem atuar de forma consultiva na revisão de processos seletivos, na análise de dados de equidade salarial e na proposição de políticas internas mais inclusivas. Além disso, servem como ponte entre liderança e colaboradores, garantindo que a pauta de equidade esteja sempre presente na estratégia da organização.
  9. Incentivar grupos de afinidade: a formação de redes de mulheres, entre outros grupos como de LGBTQIA+, de negros e de pessoas com deficiência, fortalece o sentimento de pertencimento e cria espaços de escuta ativa dentro da empresa. “Essas comunidades internas funcionam como apoio entre pares, mas também como fonte de insights valiosos para a alta gestão, ajudando a moldar políticas mais inclusivas e conectadas à realidade dos colaboradores”, afirmam.
  10. Promover a educação sobre vieses inconscientes: muitas vezes, de acordo com as executivas, práticas discriminatórias acontecem de forma sutil e não intencional, reforçando estereótipos de gênero e limitando o crescimento profissional das mulheres. “O treinamento recorrente nesse sentido ajuda líderes e equipes a reconhecerem padrões de comportamento excludentes e a desenvolverem uma postura mais justa e equitativa em processos como seleção, promoção e feedback”.   
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