Trabalho sob demanda: contratação por projetos temporários cresce 24%
Solução é alternativa estratégica em cenários de incerteza e permite a mobilização de talentos qualificados para desafios mais pontuais e urgentes.

A contratação por projetos especializados está surgindo como uma solução para empresas brasileiras que buscam se preservar em meio aos imprevistos do cenário político-econômico: 24% apontam crescimento nas demandas temporárias. O modelo permite que as companhias mobilizem profissionais qualificados de forma ágil e, com isso, respondam rapidamente aos desafios de curto e médio prazo.
Um levantamento da Robert Half com 700 participantes, entre recrutadores e profissionais que trabalham por projetos, revela as principais razões que impulsionam essa tendência. Dos recrutadores, 32% citam a oportunidade de projetos pontuais extras como o motivo para a expansão da modalidade. Na sequência, 29% destacam a imprevisibilidade do cenário político-econômico e 25% falam da demanda urgente por talentos com características técnicas específicas.
Entre os profissionais, a adesão ao modelo também é crescente. Quase 40% dos trabalhadores ouvidos esperam participar de mais projetos temporários ainda em 2025, e 22% percebem que há mais facilidade na contratação por trabalhos do que na ampliação de quadros fixos nas empresas. De acordo com o relatório, os dados trazem uma sinalização de que o formato se fortalece como uma via de mão dupla.
“A contratação por projetos se consolidou como uma alternativa estratégica que oferece às empresas agilidade, especialização e flexibilidade para responder rapidamente a desafios específicos”, comenta Lucas Nogueira, diretor regional da Robert Half.
“Isso é especialmente importante em momentos de transição ou mudanças regulatórias, como o atual contexto da Reforma Tributária, que exige adaptações rápidas e conhecimento técnico apurado, um ponto percebido por 14% dos profissionais temporários como um impulsionador de oportunidades”, completa Lucas, que destaca o caso da Reforma Tributária para ilustrar o cenário porque 93% dos executivos do Brasil ainda não se sentem preparados para as mudanças previstas, segundo outro estudo da consultoria, e 66% sequer sabem como avaliar o impacto em suas operações.
Para o especialista, esse contexto de adaptação massiva exigirá das empresas não apenas reestruturações internas, mas também a mobilização de talentos com conhecimentos específicos e atualizados em tempo recorde. “A atuação temporária torna possível o acesso à expertise necessária para navegar pelas complexidades da nova legislação sem onerar suas equipes fixas”, afirma.