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Entrevista: Ricardo Burgos, VP de Pessoas e Segurança do Grupo Amil

O executivo explica como transformar estresse em cuidado e engajamento dentro das empresas de saúde.

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 9 set 2025, 23h19 - Publicado em 9 set 2025, 17h11
Um homem branco de cabelo curto escuro vestindo uma camisa azul.
 (Grupo Amil/Divulgação)
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No Grupo Amil, cuidar do bem-estar emocional dos colaboradores é uma atividade que ganhou força principalmente durante a pandemia, quando sobrecarga de trabalho, perdas e situações de alta pressão escancararam os impactos do estresse e do desgaste emocional no dia a dia dos profissionais.

Ricardo Burgos, vice-presidente de Pessoas e Segurança, acredita que ouvir, acompanhar de perto e estruturar apoio completo (físico, psicológico, financeiro e até espiritual) faz toda a diferença. Ele confessa que muito da sua visão de liderança vem do futebol, esporte que praticou a vida inteira: “Aprendi disciplina, resiliência, trabalho em equipe e como lidar com pressão. Isso me ajuda até hoje a entender pessoas e formar conexões fortes com meus times”. Para Ricardo, essa combinação de experiência esportiva e vivência na linha de frente da saúde permite criar programas que apoiam o colaborador de forma integral, fortalecendo a cultura interna e tornando o ambiente de trabalho mais humano e acolhedor.

É o que você vai ler na entrevista a seguir.

Como o Grupo Amil estruturou sua atuação em saúde mental e qual o papel da área de pessoas nesse processo?

A pandemia mostrou que precisávamos de cuidado integral. Estruturamos uma área de saúde e segurança robusta, com suporte psicológico, psiquiátrico, financeiro, emocional e espiritual. Criamos rodas de conversa, programas de guardiões voluntários e equipes de RH presentes nas unidades, garantindo acompanhamento constante. Nosso objetivo é tratar o colaborador de forma holística, ouvindo e oferecendo suporte em todos os aspectos da vida profissional e pessoal.

Vocês desenvolveram uma metodologia própria baseada na NR-1. Como ela funciona na prática?

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O programa integra médicos, técnicos, assistentes e líderes das unidades. Partimos do PCMSO (Programa de Controle de Medicina e Saúde Ocupacional) para avaliar riscos e necessidades específicas. A partir daí, definimos ações de suporte mental e físico adaptadas a cada realidade, como sessões de ioga, ginástica laboral, acompanhamento psicológico, avaliação psicossocial e check-ins frequentes com as equipes.

Quais foram os maiores desafios durante a pandemia?

O desafio era lidar com o estresse extremo e a incerteza diária. Colaboradores enfrentaram jornadas intensas, contato direto com óbitos e famílias em luto, além de ausência de protocolos claros no início da crise. Isso exigiu programas estruturados de suporte contínuo e atenção à saúde mental, muito além do que a legislação tradicional demandava.

Como engajar as lideranças para que saúde mental seja uma prioridade?

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Primeiro, é preciso profissionalizar as lideranças. RH, TI, suprimentos e saúde precisam estar preparados para lidar com extremos do cotidiano humano. Segundo, a empatia de profissionais de saúde facilita o diálogo. Criamos espaço constante para conversa e acompanhamento, tornando a pauta natural e integrada à rotina de gestão.

Que impactos culturais você percebeu com essa abordagem?

A pandemia evidenciou que a cultura organizacional é o que sustenta a entrega da missão. Valores como empatia, acolhimento e propósito garantiram que a empresa mantivesse operações críticas, mesmo diante de mudanças administrativas complexas. A cultura se tornou o alicerce que mantém equipes unidas e comprometidas.

Como saúde, segurança e meio ambiente se integram na prática?

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Para nós, essas áreas são inseparáveis. Um ambiente seguro fisicamente precisa ser seguro emocionalmente e ambientalmente. Avaliamos todos os riscos ocupacionais e criamos ações integradas, garantindo que cada colaborador esteja protegido de forma completa, incluindo transporte, ergonomia, suporte mental e físico.

Há acompanhamento específico para setores críticos como resgate e pronto atendimento?

Sim. Nesses setores, o estresse é diário e intenso. Temos check-ins constantes, suporte psicológico imediato, descompressão após eventos críticos e monitoramento de fatores externos que afetam o colaborador. As ações são adaptadas à realidade de cada unidade, garantindo eficácia e relevância.

Qual o papel da diversidade e inclusão nesse contexto de bem-estar?

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Diversidade e inclusão são parte do cuidado integral. Temos colaboradores trans, pessoas com deficiência, grupos de diálogo e linhas de atendimento especializadas. Isso fortalece o engajamento, melhora a segurança psicológica e cria um ambiente acolhedor, refletindo na produtividade e no comprometimento das equipes.

Como o impacto dessas ações é medido?

Usamos questionários psicossociais, indicadores de engajamento, absenteísmo, rotatividade e desempenho, além de feedback qualitativo. Isso permite ajustar programas continuamente e garantir que ações sejam eficazes e alinhadas às necessidades das unidades.

Há diferenças entre tipos de unidades em termos de suporte necessário?

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Sim. Cada unidade tem suas particularidades. Hospitais grandes enfrentam desafios diferentes de clínicas menores ou do call center. Por isso, ações de suporte mental, logístico e físico são personalizadas para cada realidade, garantindo relevância e efetividade.

Que conselho você daria a empresas que estão começando com programas de saúde mental?

Estruture uma área integrada de saúde, segurança e meio ambiente. Crie um Programa de Apoio ao Colaborador genuíno, robusto e contínuo, baseado em dados e adaptado à realidade de cada unidade. Escute os colaboradores, identifique riscos internos e externos e esteja pronto para agir rapidamente.

Sua experiência no esporte influencia sua liderança e cuidado com pessoas?

Sim. O futebol me ensinou disciplina, resiliência e trabalho em equipe. Entender pessoas e formar conexões é essencial, tanto no esporte quanto na gestão de equipes complexas. Isso ajuda a lidar com pressão e criar um ambiente empático, mesmo em situações extremas.

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